Joseph Rouge Bonenno é o maior mafioso de Las Vegas, filho do capô, Albert Rouge. Ele está prestes a tomar o lugar de seu avô como Don, já que seu pai simplesmente desistiu de ser Don quando Joseph nasceu. Mas para isso ele tem que estar preparado...
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Agatha Rouge Samirez
— Vai querer só salada mesmo? — Joseph me perguntou, se virando pra mim com um guardanapo no ombro, sem camisa no corpo e uma espátula na mão, mexendo um frango desfiado que iria colocar na salada.
As coisas parecem mais leve do que o costume agora, com certeza aquela conversa significou muito pra nós dois.
— Sim, meu amor. Não se preocupa. — no mesmo momento ele ficou todo sem jeito e vi um sorriso envergonhado nascer no seu rosto quando o chamei de "meu amor."
Dei uma risada nasal e apoiei meu rosto na minha mão, o cotovelo encima do balcão.
Joe resolveu fazer o jantar — mais uma vez as empregadas acabaram saindo mais cedo — e não posso negar que essa situação está me dando uma vista dos deuses.
Tipo, qual garota hétero não gosta de ver um homem sem camisa, com um pano no ombro e cozinhando na sua frente? Ah, isso deve ser um desejo de consumo pra todas as meninas. E é até estranho perceber que agora o tenho. E que ele é meu marido. O mesmo que disse que acha impossível amar mais alguém do jeito que ele está amando a mim.
Deus, muito obrigada por não ter ouvido minhas orações pra me tirar desse casamento, estaria arrependida até agora.
Só com o barulho dos pratos sendo colocados encima do balcão percebo que estou sorrindo grande e mordendo meu lábio inferior enquanto seco Joseph só com os olhos.
— Nossa, não quer tirar um pedaço não? — me deu um sorriso ladino repleto de maldade e virou pra pegar o suco na geladeira.
Se eu fosse um vulcão, estaria em erupção agora de tão quente que me sinto. Como pode ele conseguir me deixar assim em segundos, com uma só frase?
— Se eu pudesse eu pegaria você por inteiro. — minha boca se mexeu sozinha e no mesmo momento eu me arrependi de ter dito a minha sentença final.
Minhas bochechas cortaram e vi Joseph se virar lentamente pra mim com uma cara de choque, de surpresa e um pouquinho de malícia. Tampei minha cara com as duas mãos.
