Life.

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Agatha Rouge Samirez

Amar. Uma palavra tão simples, de quatro letrinhas e duas sílabas. Como pode conter um sentimento tão imenso dentro dela?

Às vezes penso que quem criou essa palavra fez de propósito. Para mostrar que coisas pequenas podem sim ter algo grandioso dentro delas. É uma metáfora.

E acho que essa metáfora cabe a sociedade e a diversidade dentro dela.

Pessoas diferentes guardam consigo uma imensidão de aprendizados e sentimentos. Aqueles "iguais" guardam uma imensa dor e normalmente alguns pensamentos sombrios por sempre serem forçados a se encaixar em algum padrão ou requisito.

Pessoas normais guardam a angústia imensa por serem irrelevantes e serem um grande "tanto faz". Pessoas felizes guardam tristezas que um dia foram o motivo para começar a procurar a felicidade. Pessoas tristes guardam com todo carinho as lembranças felizes, que um dia foram se apagando com o tempo.

E pessoas confusas como eu, guardam um pouquinho de tudo. Angústia, felicidade, pensamentos suspeitos, algumas dores e lembranças um tanto tristes, um tanto felizes.

Ninguém fala como é estranho estar brigada com uma pessoa em um dia e no outro perceber que ela é o amor da sua vida. Eu não reclamo, só é uma mudança repentina. Pelo contrário, eu agradeço por finalmente estar certa sobre meu relacionamento.

Estava deitada, os lençóis - trocados obviamente ontem a noite, depois do nosso banho - até a barriga. Vestia uma camisola leve que ia até metade das coxas, sem nada por baixo. O grande significado de conforto.

Joseph estava deitado de barriga pra baixo, a cabeça virada em minha direção e as mãos embaixo do travesseiro. Sem camisa, apenas com uma bermuda branca.

Rolei até mais próximo dele e subi em suas costas, encostando minha cabeça perto de sua nuca. Dei um jeito de enfiar minha mão por baixo de sua barriga e o abraçar de forma meio desajeitada. Ouvi seu suspirar e sorri ao perceber que tinha acordado.

—  Bom dia. — sussurrei sorridente.

— Querida...— falou com a voz rouca e arrastada, eu ri um pouco.

— Oque foi? — comecei a distribuir selinhos em sua nuca, percorrendo seus ombros e voltando pro pescoço.

— Ah, deixa pra lá...— suspirou soltando uns barulhos no caminho.

Ambos ouvimos a porta do quarto abrir, ambos olharam no mesmo instante. Era Rogério. Tinha me esquecido dele, por algum motivo.

— Joseph, você tem que vir comigo, é urgente.

— Você não sabe bater na porta Roger?! — Rogério analisou nossa posição enquanto me observava, senti as duas mãos de Joseph cobrirem a minha bunda — E para de olhar para a minha mulher, seu bastardo. Te arrancou os olhos se olhar mais um segundo para Agatha. — Rogério então tampou os olhos e se apoiou na batente da porta, tedioso.

— Joseph, é urgente.

— Eu já entendi, seu idiota. — rolei pro lado vazio da cama, vi Joe se aproximar me olhando — No almoço eu vou estar aqui, meu bem. — ficou perto do meu rosto — Rogério, dá pra você sair? — virou a cabeça pra sua direção e o fuzilou quando viu que o mesmo encarava a cena com a maior atenção do mundo.

O Mafioso de Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora