Joseph Rouge Bonenno
Atirei apertando o gatilho em um movimento simples e básico, acertando bem no peito do meu alvo. Se fosse um humano, o coração estaria paralisado a essa hora.
— Qual é o motivo dessa vez? — Rogério me perguntou.
Suspirei, havia convidado ele pra atirar comigo de última hora, o coitado não havia nem fechado os arquivos das contas de hoje quando mandei mensagem pra ele.
Agora eu não tenho direito de reclamar.
— Eu e Agatha. — recarreguei a arma, fui pra outra cabine, agora mudando de alvo — Brigamos. Pela primeira vez, sem farpas, agora foi sério. — acertei a cabeça do boneco branco, bufei e larguei a arma na mesa mais próxima.
Tirei o protetor pra ouvidos e os óculos transparentes. Era vez de Roger, ele se preparava no fundo do lugar.
— E por algum acaso vocês já se deram bem? — se virou pra mim, segurando uma metralhadora — Tipo, não sei o dia a dia de vocês, mas até no cassino o pessoal fala da moça desobediente que tentou fugir do casamento. — deu de ombros — E da punição que levou depois. Aliás, não sei como não mandou matar o pai dela ainda. — se posicionou e atirou, esperei o estrondo parar pra continuar a conversa.
— Estávamos indo bem... Na verdade, pra ser sincero eu acho que ela suportaria o meu toque depois de alguns dias, mas depois de hoje, ela vai voltar a ser como no início. — passei a mão no rosto, agora ele também estava sentado — Ela tem repulsa por mim, e sei que não está exagerando.
— Vocês me lembram a Bela e a Fera. Só que você, ao invés de se tornar um príncipe lindo, continua uma Fera pra todo sempre. — refletiu, eu olhei entediado pra ele.
— Fera é o tamanho da arma que vai fazer uma bala acertar sua cabeça se você não calar essa sua boca. — falei grosso, ele riu, neguei com a cabeça — Mas de qualquer maneira, eu não posso mudar isso. Ou ela se acostuma, ou não se acostuma e vive comigo desse mesmo jeito. A máfia é assim. Fui educado assim.
— Tenta ser mais carinhoso com ela. Mas não chega dando abraço, isso vai ser constrangedor.
— Carinhoso, Rogério?
— Carinho resolve tudo, chefe. — acenou com a cabeça — Mas eu também não imagino um mafioso sendo carinhoso, então arrume algum jeito mafioso de resolver isso. — deu de ombros e se levantou.
— Me ajudou bastante, obrigado. — falei em sarcasmo, peguei minha jaqueta no cabide suspenso na parede e saí do local.
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O Mafioso de Las Vegas
FanfictionJoseph Rouge Bonenno é o maior mafioso de Las Vegas, filho do capô, Albert Rouge. Ele está prestes a tomar o lugar de seu avô como Don, já que seu pai simplesmente desistiu de ser Don quando Joseph nasceu. Mas para isso ele tem que estar preparado...