A Friend For Our Child

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Agatha Rouge Samirez

Caminho desajeitosamente pelo corredor branco do hospital, já com roupas casuais e com Joseph do meu lado, me ajudando a fazer a simples tarefa e a única que todo ser humano deve fazer: andar.

Não sei o que houve com a minha cabeça, parece que só lembro do presente. Do que aconteceu recentemente. Não posso deixar de negar que a dor que se instalou na minha nuca não quis ir embora tão cedo e até agora está tentando me enlouquecer. É mais como um martelo batendo na parte de trás da minha cabeça incansavelmente.

Puxo o ar pelo nariz, perdendo a paciência com a minha falta de sentido. Desvencilho meu braço da mão de Joseph, sinalizando para ele que conseguia andar sozinha.

— Não é possível que eu tenha levado uma pancada na cabeça e são os meus pés que não funcionam direito. — bufei, irritada comigo mesma.

Joseph me ofereceu um sorriso leve e quase inexistente, estávamos chegando na recepção do hospital — sim, só agora, por conta da minha lerdeza — quando vi Dayla falar com a recepcionista.

Não demorou muito para que chegássemos mais perto e ela percebesse nossa presença. Suas sobrancelhas se arregalaram pro alto e um sorriso aliviado surgiu no seu rosto.

Parei de andar quando vi ela abrir os braços e correr até minha direção, reprimi os lábios não sabendo se esse abraço me deixaria de pé ou no chão.

— Ei, ei, Dayla. — Joseph exclamou, levantando a mão, dizendo a para parar — Ela acabou de sair do pós operatório. — ele disse.

Vi minha amiga brochar como uma flor sem sol, mas mesmo assim continuou vindo até mim com os braços abertos e agora com mais delicadeza no andar.

— Que bom que tá viva, vadia. — me apertou em seus braços, não pude deixar de soltar um suspiro reconfortante ao abraçar Dayla.

— E você só veio me visitar essa semana no hospital? — cruzei os braços, erguendo apenas uma sobrancelha.

— Você tava desfalecida, Agatha. — colocou a mão na cintura, parecendo uma xícara — E me perdoa, o Brian resolveu me levar na Tailândia umas semanas atrás e não tive tempo nem de te ligar. — fez uma carinha triste — Me desculpa, branquela.

— Tá tudo bem, Dayla. — eu ri — Você não perdeu nada. Só uma cotovelada na cabeça e eu no décimo terceiro sono da vida. — sorri.

Começamos a andar para a saída, Joseph agora continuava do meu lado, mas agora conversando com o noivo de Dayla, o Brian.

— E a criança? — Dayla perguntou, tocando em meu ombro.

— Está bem. Se eu não estivesse acordado essa semana, ela poderia vir com complicações. Mas ainda bem que resolvi dar o ar da graça. — sorri.

Ficamos em silêncio, ouvindo Joe e Brian conversarem sobre algum assunto muito provavelmente fútil. Atravessamos a porta do hospital e agradeci por sentir o ar puro encher meus pulmões ao invés de apenas sentir cheiro de remédios, soro e ar condicionado.

— Filha! — virei minha cabeça e parei de andar, vendo minha mãe sair do carro e correr até mim, com meu pai logo atrás dela.

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⏰ Última atualização: 3 hours ago ⏰

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