O Mafioso de Las Vegas

I Want You.

Agatha Rouge Samirez

Apanhei a xícara de chá matte quentinho que acabei de fazer. Levei até a boca e tomei um gole, sentindo o calor na garganta.

Estava numa das mesas com guarda-sol na área da piscina, estava meio friozinho hoje e resolvi vir pra cá e encarar a paisagem.

Joseph não está em casa hoje. Estranhei pelo fato de que ele mesmo tinha dito que não iria pro cassino tão cedo. Talvez ele esteja resolvendo os inúmeros problemas da família dele ou até mesmo da máfia.

Ficar sozinha em casas do tamanho de um campo de futebol de alguma maneira me faz sentir tristeza e solidão. Parece que sei lá, tudo perde a graça quando se tá só.

Meus planos de entrar na piscina foram arruinados; a Netflix começou a ficar entediante e eu não vejo nada de graça no meu celular.

Oque me resta?

Os livros que eu leio continuam na casa da minha família. Minha única e verdadeira diversão.

Pelo menos daqui alguns dias eu volto a trabalhar, não vou ficar apodrecendo que nem uma casca de banana nessa casa.

Ao longo do dia eu começo a papear com as empregadas e perturbar alguns seguranças que Joseph distribui por toda extensão da mansão. É legal, eles são simpáticos muitas das vezes. Só o limpador da piscina que não vai com a minha cara.

Até agora eu conheci três empregadas, cinco seguranças e quatro auxiliares de limpeza externa. É fácil ser comunicativa quando você mesma começa a sentir falta de se comunicar.

Joseph me deixa sozinha desde que comecei a morar com ele, depois do casamento. Não reclamei porque no início era bom, eu não gostava muito dele. Mas agora...bom, agora, eu sinto falta.

É ruim ficar sozinha.

A noite caiu e junto dela uma tempestade de vento. Eu estava observando pela parede de vidro da sala que dava a visão da rua quando enxerguei um dos carros de Joe se aproximar, o portão da garagem abriu e o carro sumiu da minha visão.