You're so special to me

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Agatha Rouge Samirez

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Agatha Rouge Samirez

Sento no meio fio da calçada, observo os carros passarem de perto e me sinto pequena observando toda aquela luz poluída por neon me consumir, cujas sem querer acabam despertando meu interesse.

Estou numa das avenidas de Las Vegas. Mas todas as avenidas de Las Vegas são iguais, cheias de luzes e com a mais pura perversidade traduzida em letreiros de boates de prostituição e cassinos com jogos clandestinos. Cada nome mais sujo do que o outro.

"Agatha, oque você tá fazendo no meio da avenida?"

Antes que comecem a pensar besteira, não sou nenhuma suicida.

Só estou esperando o meu marido sair de seu cassino pra podermos finalmente ir pra casa.

E tenho quase certeza que lá teremos uma longa e bela discussão que pode durar pelo menos metade da noite. Metade de um sono que eu mais do que preciso.

Tudo não parece fazer sentido. Tudo parece tão... dramático. Tão exagerado da minha parte.

Mas eles esperavam oque de mim? Esperavam que eu simplesmente aceitasse um pedido de desculpas que mesmo que fosse espremido igual um limão não sairia sequer uma gota de verdade.

Eu aposto que se fossem com os dois, teriam reações contrárias e muito piores. Joseph principalmente, acho que na primeira hora que eu o acusasse como ele me acusou, ele gritaria aos quatro cantos, coisa que eu não fiz. Ele se zangaria com a ideia de eu ter pensado que fez algo tão ruim pra seu próprio irmão e se bobear me mandaria pra um quarto pra eu ficar mais 6 dias sem comer nada.

E eu? Oque eu fiz?

Seria engraçado se não fosse trágico. Essa história tá indo muito longe.

Vejo Joseph de terno e sapatos sociais sair do cassino, me procurando com os olhos. Quando me viu franziu o cenho e me encarou como se eu estivesse fazendo algo horrível.

— Por que diabos você está sentada no meio fio dessa avenida, Agatha? — gritou, do outro lado da avenida
— Levanta daí! Você não sabe quantos ratos passam por aí no dia! — sua fala me faz rir.

Me levantei e esperei o mundaréu de carros passar por mim até a rua ficar mais calma e eu puder atravessar. Andei encarando Joseph, querendo zoar da sua cara por parecer um riquinho que nunca experimentou passar um dia na rua.

Obriguei minha boca a ficar quieta e assim o acompanhei até o carro.

Ambos entramos no automóvel e estranhei ao não ouvir o barulho do carro ligando, olhei pra Joseph. O mesmo me analisava, meio sem jeito.

— Você quer... conversar?

Respirei fundo.

— No carro não, Joseph. Em casa a gente conversa. — falei sem pensar muito, me encostei no banco e olhei pra vista.

O Mafioso de Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora