Joseph Rouge Bonenno é o maior mafioso de Las Vegas, filho do capô, Albert Rouge. Ele está prestes a tomar o lugar de seu avô como Don, já que seu pai simplesmente desistiu de ser Don quando Joseph nasceu. Mas para isso ele tem que estar preparado...
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Agatha Samirez
Não sei como começar isso, mas nesse exato momento eu estou chorando. Chorando como nunca chorei. Parece até que um balde de gelo e água fria caiu sobre minha cabeça e agora me vejo numa loja de vestidos de noivas, com quatro seguranças atrás de mim, minha mãe do meu lado e a mãe de Joseph na minha frente.
Eu estava sentada em um dos bancos pretos da loja chique, escondendo minha face com as mãos, com os cotovelos nas coxas.
Nunca na minha vida tive um choque de realidade tão duro como este. Estou sendo obrigada, ameaçada e, violentada, para me casar com um homem que mal conheço, que é um sanguinário e é neto do mais horroroso homem da máfia.
A parte de ser violentada, não é pra tanto, basta ver minhas costas — ainda um pouco roxas e arranhadas — que entende tudo.
— Eu sei que é difícil, minha querida, mas vamos estar a todo tempo ao seu lado e, aposto que meu filho não vai te fazer nenhum mal. — Lilyane, mãe de Joseph, me disse, se abaixando e pegando no meu joelho.
Acho que nunca citei ela, por que, de fato, nunca nos conhecemos. Na tarde do jantar ela estava resolvendo negócios no estado de Califórnia.
Lilyane Rouge Bonenno era linda, nada da velhice apagava seus traços refinados. É ruiva, andava com roupas chiques, mas sua personalidade é simpática e gentil. A diferença entre Joseph e ela é imensa, creio eu que ela tentou, ao menos, fazer um lado de Joseph doce e educado, diferente do que eu já presenciei. E se esse lado existir, creio eu que ninguém nunca viu.
— Eu não sei se consigo, Lilyan. — falei entre os lamentos.
— Você tem que conseguir. — disse, séria — Se eu e sua mãe conseguimos, você vai conseguir. — disse, tirei as mãos do rosto e encarei as duas.
— Com licença, mas vocês ainda vão querer ver os vestidos? — a vendedora disse, chamando a atenção de todos. Sequei o rosto e passei a mão nas coxas. Se continuasse eu arrumaria um escândalo.
— Sim. Vamos lá, eu vou escolher. — Lilyane disse e piscou e saiu da onde estávamos com a vendedora.
— Você quer ir comer alguma coisa e deixar Lyliane comprar o seu vestido? Ela já tem suas medidas, então não vai precisar estar aqui pra provar. — minha mãe disse — Digo, não está parecendo bem entre todos esses brancos e volumosos vestidos. — colocou uma mecha minha atrás da orelha.
— Tem certeza? — funguei — Seria desrespeitoso, não?...
— Minha filha, você já está fazendo algo que não quer, não é obrigada a ficar aqui. — deu um sorriso confortante.
