Capítulo 2

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📍Fazenda Terra Prometida

23 de Maio, 2017


Melina

Hoje o dia estava excepcionalmente bonito, apesar do luto pela minha vó, eu estava empolgada com tudo que a fazenda me prometia e eu estava amando viver nela.

Minha rotina se dividia entre estar com os animais no campo ajudando o tio Joca e o tio Edson, ajudar minha tia na casa grande com a tia Maria e ir para o cursinho com a Bia.

Mas a minha parte favorita do dia era sair a cavalo e nadar em um lago afastado, ali eu me encontrava comigo mesma, sozinha, eu e a natureza que eu tanto aprendi a amar com meus avós.

Infelizmente hoje não vou poder ir, terá uma festa aqui e eu vou junto com a família. É o aniversário de um dos filhos do tio Edson, faz tempo que não os vejo, mas pelo que me lembro, são pessoas muito legais, além de grandes cantores, amo suas músicas.

Já estamos prontos e indo, não cedi aos apelos da Bia que insiste em querer me arrumar como uma patricinha, dou conta disso não gente.
Eu gosto mesmo é de me sentir a vontade com minhas roupas que combinam perfeitamente com minha bota e meu chapéu, a Bia pira comigo.

Mas antes de ir até a festa, passo no curral pra ver o animais, hoje eles estão mais agitados devido a visitação, mas o que era só um tempinho me alonguei, eu amo ficar com eles, o que irrita um pouco a louquinha da minha prima, ela quer me socializar, aí Bia me erra.

— se eu fosse você não arriscava montar nesse égua não. - falei com uma moça assim que cheguei no haras. Ela pedia pra celar a Águia, uma égua muito veloz, não à toa tem esse nome.

Mas ela me ignorou e falava com seu Chico para celar a égua e outro cavalo para uma amiga.

— Chico, cê vai celar Águia mesmo pra ela?... - insisti e antes que eu terminasse ela me interrompeu

— Oh pirralha, primeiro eu nem sei quem você é e segundo eu não lembro de ter pedido sua opinião, pode ficar tranquila que eu conheço isso daqui como ninguém. - ela falou me dando as costas.

— Desculpa, é só que ela é muito arredia e veloz e você pode se machucar.

— CHEGA! Você tá surda? - ela gritou e eu me assustei

— Êpa Êpa, o que tá acontecendo aqui? - não reconheci sua voz por trás de mim, até identifica-lo.

— Essa pirralha abusada querendo me ensinar como montar, meu amor, onde já se viu isso? - ah, ela é a noiva dele, só podia, lembro de ouvir algum murmúrio da Bia sobre ela.

— Mas cê vai mesmo montar na Águia? - ele perguntou olhando pra ela

— Até você Henrique?

— Amor, essa égua é difícil de domar, é melhor você montar uma mais calminha não acha?

— Foi isso que eu tentei explicar pra ela. - falei e ela bufou

— E você deve ser a sobrinha do tio Joca? - ele me perguntou me dirigindo atenção assim que me pronunciei

— Sim, eu mesma, Melina. - falei sorrindo e envergonhada, nem sabia que ele já sabia de mim

— Oi Melina, eu sou o Henrique, acho que você não deve lembrar de mim,  cê era bem pequenininha quando vinha aqui.

— Lembro sim. - sorri e apertei sua mão estendida pra mim

— Você vai mesmo ficar aí soltando conversa no vento Rique ou vai me ajudar? - ele revirou os olhos com a fala da noiva e sorriu pra mim

Metade da Estrada | Ricelly HenriqueOnde histórias criam vida. Descubra agora