Capítulo 18*

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*Prelúdio (segunda parte)

Ricelly Henrique

Eu já estava naquele bar por um bom tempo, após tentar de todas as formas falar com Aline, eu estava desesperado, não podia perdê-la, mas nada adiantava.

Enquanto meu irmão estava ao meu lado sacudindo minha mente pela estupidez que havia feito e eu não estou falando da forma como tratei a Melina.

— Henrique põe a mão na consciência, foi você que buscou isso, agora o mínimo que você pode fazer é resolver essa bagunça.

— Ah tá Juliano, e o que você espera que eu faça? Case com ela?

— Claro uai e o que você acha que o Pai vai fazer quando souber disso?

— Ela é só uma piralha Juliano.

— Aah, então agora ela é uma piralha? Pensei que ela tivesse 18 anos e fosse a "Bela do lago". - ele repetiu minhas falas como se me confrontasse com as próprias merdas que eu fiz.

— Tá bom Juliano, tá bom, mas isso não faz dela a mulher com quem eu sonhei me casar, ela é uma, uma... sei lá, não sei nem como chamar.

— Mãe do seu filho? Me parece um bom nome não acha?

— Não fode Juliano. - falei irritado batendo o copo na mesa.

— Não fode você Henrique, não quisesse, teria me dado ouvido e não tinha mexido com ela, agora não tem como escapar, você vai ter que casar com ela, você deve isso ao tio Joca.

— E onde fica minha felicidade, onde fica a Aline nisso?

— Me diz você, onde estava a Aline quando você decidiu que tiraria a virgindade da Melina? - respirei fundo com essa menção.

— Eu não sei Juliano, eu ceguei véi, mas ela soube fazer tudo direitinho, ela usou isso pra me manter obcecado por ela.

— Conta outra doido, você vai me dizer agora que o Henrique "garanhão e pegador" que eu conheço foi controlado por uma menina de 18 anos?

— Pois foi exatamente isso que aconteceu! - falei irritado
— O que eu poderia ter feito pra impedir?

— Pensasse nisso antes de ficar obcecado pela idéia de tirar a virgindade da Mel - ele me falou dando leves tapas no meu ombro enquanto eu balançava a cabeça. Isso parecia um pesadelo e eu só queria acordar.

— Vamos embora pra casa resolver logo isso, quanto antes melhor, não acha?

— Não Juliano, eu tenho que falar com a Aline, eu não posso e não vou ficar sem ela... - enquanto eu ainda falava o telefone do meu irmão tocou e fazendo uma cara de assustado, ele acalmava Mohana no outro lado da linha até desligar a ligação.

— Vamos embora pra casa agora, levanta. A Mel foi embora escondida, Mohana tá desesperada sem saber onde ela pode ter ido parar e com o quê pode acontecer com ela.

— Problema é dela, espero que desapareça de vez. - falei com toda verdade, não podia negar meus sentimentos naquela hora.

— Você não pode tá falando sério, estamos falando da pessoa que está carregando um filho seu na barriga.

— Eu nem sei se esse filho é meu mesmo Juliano... - falo dando de ombros.

— Aah mas você sabe sim!! Agora levanta essa bunda da cadeira e vamos resolver sua bagunça, antes que eu vá sozinho e o Pai venha te buscar do jeito dele.

Respirei fundo e me levantei, afinal, eu não tinha saída e no fundo eu sabia que esse filho era realmente meu.

Nós passamos a noite procurando por todos os lugares de Goiânia, nos dividimos em dois carros.

Metade da Estrada | Ricelly HenriqueOnde histórias criam vida. Descubra agora