Metade da Estrada | Ricelly Henrique

Capítulo 37

Dias depois...

📍Palmas, TO

Melina

— Quando você pretendia me contar que está transando com seu futuro ex-marido? - a pergunta de Bianca chega aos meus ouvidos assim que ela adentra pelo meu apartamento.

— Oi Ana Bianca, bom dia procê também. - falei fechando a porta após sua entrada.

— Responde sua mineirinha "come quieto". - ela falou e eu gargalhei

— Oh muiezinha abusada, dou conta de um trem desse não gente, cê trouxe a pamonha que te pedi pelo menos? - tentei tirar ela de tempo buscando em suas mãos o motivo do meu desejo absurdo nessa manhã e ela me encarava esperando uma resposta com os olhos cerrados.

— Pra sair do meu lugar pra vir te trazer pamonha eu sirvo né? Mas pra contar esses segredos picantes não. Fala logo mineirinha safada, tô esperando. - tentei segurar o sorriso e fui pra falar.

— Tá bom, mas primeiro me diz como você soube disso?

— Não soube né? Eu deduzi! A mãe me contou que vocês estavam na fazenda nesse domingo passado no maior love, que chega dava gosto de ver o tanto de carinho entre vocês e que o Rique estava todo felizinho. Então eu somei os pontos e conclui. Henrique feliz e fazendo carinho n'ocê, é igual a sexo!

Eu gargalhei com a matemática dela.

— Pois é, se você tivesse lá saberia de mais coisas, mas agora só quer viver enfiada nos aposentos do Dr.Pedrinho não é sua safadinha? - sorri com sarcasmo pegando a sacola de sua mão.

— Não desvia a atenção não dona Melina, pode me contar tudo.

— É sério Bianca, me responde sem brincadeira, quando é que cê vai assumir o Pedrinho heim?

— Quando eu tiver certeza que é isso que eu quero de verdade.

— E porque tanta incerteza se nós sabemos o quanto ele é apaixonado por você?

— Porque cê sabe o quando seu tio Joca é louco pra me casar não sabe? Agora imagina se ele sabe que eu tô namorando o Pedrinho? Vai querer que eu case dentro de 1 mês. - sorrimos

— É verdade, mas não seria ruim vai... Cê já tá toda apaixonadinha nele, não sai de cima do homi. - gargalhamos.

Estávamos na cozinha onde organizei alguns utensílios pra tornarmos um café da manhã descente.

Eu estava em Palmas nessa semana há alguns dias pra cumprir os compromissos que eu havia me proposto, como me reunir com meu advogado sobre os adendos que devem ser incluídos no meu divórcio e também estruturar melhor meu novo apartamento.

— Tá bom dona Melina, mas o foco aqui não sou eu não tá bom? Então vamos começando a falar? Desembucha logo. -  e o interrogatório volta à tona assim que nos sentamos na bancada da cozinha.

— Posso comer minha pamonha primeiro? - brinco com ela, mas na verdade eu estava aflita pra comer esse manjar dos deuses.

— Come e conta, anda logo Melina e para de me enrolar. - ela falou séria comendo comigo e eu sorri.

— Tá bom, por qual foda cê quer que eu comece?

— A primeira sua palhaça, me conta do começo. Quando foi que você ficou safadinha assim que eu não acompanhei Melina Rodrigues Tavares?

— Hahaha engraçadinha, desde que decidi aproveitar um pouco mais a vida e um certo corpinho que ainda é meu. - falei com sarcasmo erótico, assim dizendo.