📍Palmas, TOAlguns dias depois...
Ricelly Henrique
— Manim? Eu vim correndo assim que você me mandou aquele áudio sem pé nem cabeça chorando. O que tanto cê precisa me mostrar homem de Deus?
— Isso Juliano, essa gravação. - apontei pra tela do notebook na minha frente.
— E o que seriaa... Isso é o exame da Mel? - Juliano perguntou confuso olhando pra tela.
— Sim manim, esse é o seu sobrinho ou sobrinha. Meu bebê, meu filho. - enxuguei as lágrimas insistentes que caiam e sorria ao mesmo tempo quando observei meu irmão explanar um dos grandes sorrisos na face.
— Então é por isso que você está todos esses dias preso aqui em casa?
— Cê consegue entender Nim? Ela tá seguindo a vida com meu filho na barriga e me deixou pra trás.
— Então vai ser assim? Você vai se acovardar? É isso mesmo que cê vai fazer manim? - Juliano repreendia minha postura enquanto negava com a cabeça olhando o estado em que me encontrava.
Sim, depois que Melina foi embora e decidiu me excluir da vida dela, eu me entreguei ao álcool e quando Natália me mandou esse exame escondido dela, eu me prostrei diante da minha inutilidade.
— Olha pra você Henrique, cê tá horrível manim, esse não é você. Entregue ao álcool como se o mundo tivesse acabado. Cadê aquele cara obstinado que consegue tudo o que quer sempre?
— Morreu quando ela disse que não queria formar uma família comigo. - cruzei minhas mãos apoiando minha cabeça baixa.
Juliano se aproximou mais de mim, eu estava jogado naquele sofá e sua mão foi parar nas minhas costas me estimulando a desabafar com ele.
— Ela me chutou pra longe Juliano e nem o nosso filho será capaz de fazê-la me perdoar. A verdade é que eu preciso aceitar que ela não me ama como eu imaginava.
— Isso é verdade, não dá pra amar um cara derrotado. - olhei intrigado pra sua afirmação.
— Você já se olhou no espelho? Quanto tempo faz que você não se arruma? Vamos, levanta essa cabeça, se arruma, cê vai atrás da sua mulher e do seu filho e vai mostrar pra ela que você vale a pena.— Não dá Juliano, cê não ouviu as palavras que ela me disse quando eu contei que ela estava grávida.
— Não importa, você é mais forte que isso e eu não tô afim de ver você se acabando por ter perdido sua família. - meu irmão tentava a todo custo me animar.
Até que seu telefone tocou, era Mohana que estava vindo ao nosso encontro. Eu não sabia, mas ela havia ido visitar Melina nesse mesmo dia a pedido da própria, e como tudo que envolve ela me castiga demais, eu esperei ansioso por novas notícias dela.
(...)
— Oi cunhado. - a voz de Mohana me despertou da fixação que me prendia à tela do meu notebook, a minha imagem favorita, o perfil do meu bebê.
— Oi Moh, tudo bem? - cumprimentei minha cunhada com um sorriso que carregava minha tristeza aparente.
— Eu tô bem, já você...
— Eu sei, eu sei... Vamos pular essa parte e me diz, como ela tá? Como meu bebê está? - a ansiedade era nítida em meu tom de voz.
— Eles estão bem, completando 2 meses e ainda sente muitos enjoos. Mas está bem, mais animadinha. Até me pediu pra... - ela interrompeu sua fala como se quisesse evitar um assunto.
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Metade da Estrada | Ricelly Henrique
FanfictionQuantas vezes a estrada da vida pode partir uma pessoa em pedaços? Melina Rodrigues parece ter a resposta: Várias vezes! A falta de bom senso de um coração; Uma promessa deixada pelo caminho; A quebra de confiança; Um coração machucado; Mas at...