Capítulo 14

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📍Goiania, GO

11 de Setembro, 2017


Ricelly Henrique

— Vamos pra casa? Esse última semana com feriadão foi tão puxada, merecemos um descanso.

— Não sei Juliano. Acho melhor ficar longe por um tempo.

— Bom, você que sabe, mas acho que tá na hora de encarar suas escolhas de frente. Sem contar que lá também é sua casa e seu trabalho não é peão? - ele sorriu falando e saiu.

Depois que o Juliano sacudiu minha mente, eu decidi ir ver meus pais.

Aproveitar também que Aline estava viajando pra de fato descansar, ela estava histérica com essa história de jantar chique que quer dar para nossas famílias só pra marcar a data do casamento, quero nem imaginar como vai ser o casamento, essa minha loira!

E foi só chegar em casa e sentir o cheirinho da comida da minha mãe misturado ao cheiro do campo, que eu tive a certeza que fiz bem em escolher vir pra casa.

Tomávamos um café de tarde na mesa, quando Juliano se pronunciou.

— Eu vou buscar as meninas no curso, Mohana me chamou. - Juliano levantou-se da mesa e eu só acenei pra ele sem me movimentar do lugar.

Eu fiz uma escolha e tenho que arcar com ela, já faziam muitos dias que eu não via Melina e minha memória me perturbava sempre que podia, mas não, eu não iria ceder aos apelos da minha mente que queria ver a menina de cabelos longos, curvas acentuadas e lábios que já me deram tanto prazer.

(...)

— E aí, afim de uma jogatina pra relaxar? - Juliano chegou na varanda após algum tempo.

— Demorou heim? Mohana foi comprar algo?

— Sim, quer dizer não pra ela, para as meninas, parece que elas vão numa festinha e precisavam pegar umas encomendas de roupa nova, presente, enfim, coisas de mulher. Mas e quanto à jogar, vumbora?

— Festinha? Que festinha é essa?

— Não sei véi, algo do curso eu acho, não me atentei. Só sei que elas estavam bem animadas.

— Então ela tá bem? - falei mas pra mim que pra ele.

— Quem, a Mel? - eu confirmei com a cabeça.
— Sim, ela me pareceu bem. Mas enfim, agora podemos jogar um bocadinho? - Ele foi curto e direto, desviando do assunto que ele sabe bem.

Eu respirei fundo e cedi ao chamado dele e ali nos perdemos no tempo.

Dia seguinte...

— Cheirinho bão demais esse heim?

— Oi príncipe, senta que eu ponho um cafezinho procê. - beijei minha mãe e tia Fabi e me sentei à mesa na companhia da conversa delas...

— Fabi, o compadre não pode prender as meninas assim, é só uma festinha na vizinhança e mesmo que elas não estejam na nossa companhia, são nossos conhecidos. - minha mãe falava insatisfeita.

— Pois é Maria, eu já disse isso a ele e as meninas estão tão empolgadas com essa festa.

— De que festa cês tão falando? - me fiz de desentendido.

— É uma festinha que as meninas querem ir, a Bia e a Mel.

— Hum, e onde é? - falei após dar um gole no café.

— E na casa do Pedrinho, sabe aquele amiguinho delas? - respondi que sim, tinha que ser.

— Ele está completando 20 anos e os pais querem dar uma festa pra ele e convidaram os amigos do curso tudo. - Tia Fabi respondeu e minha mãe complementou

Metade da Estrada | Ricelly HenriqueOnde histórias criam vida. Descubra agora