Quantas vezes a estrada da vida pode partir uma pessoa em pedaços?
Melina Rodrigues parece ter a resposta: Várias vezes!
A falta de bom senso de um coração;
Uma promessa deixada pelo caminho;
A quebra de confiança;
Um coração machucado;
Mas at...
"Me prometeu vida toda e me deixou na Metade da Estrada."
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Melina Rodrigues
Existem muitas maneiras de revelar a fatídica história da minha vida...
Do ponto de vista do meu querido tio Joca, eu seria uma órfão abandonada e carente de seus cuidados.
Do ponto de vista da minha prima Bia eu seria uma adolescente livre pra viver tudo que meus olhos pudessem desejar.
Já do ponto de vista do famoso cantor sertanejo Ricelly Henrique, nesse caso eu seria uma dissimulada da pior espécie, capaz de me esconder atrás de uma figura vitimista para destruir os planos da vida perfeita que ele desenhou.
Mas qual ponto de vista seria o mais coerente?
Pra determinar melhor essa resposta, o ideal seria detalhar alguns fatos implícitos no conjunto dessa obra, mas isso é algo que precisa ser muito bem contado.
Me chamo Melina Rodrigues Neta, sim, herdei esse nome da minha amada vó, que preferia me chamar de Mel, bem como os mais íntimos.
Fui criada por meus avós maternos desde que nasci, vó Melina e vô Ailton, os amores da minha vida.
Não conheci minha mãe, ela morreu em meu parto e meu pai não quis ficar com a responsabilidade de criar um bebê recém nascido.
Essas foram minhas primeiras perdas e abandonos, o primeiro homem que prometeu me amar, me deixou no percurso da vida, meu próprio pai.
Mas não pense que isso foi um empecilho na minha criação, eu recebi muito amor dos meus avós e isso me deu muito estímulo pra vida. Eu era a princesinha deles e eles eram meu tudo.
Eram, porque ninguém é eterno, infelizmente perdi os dois gradativamente.
Meu avô faleceu primeiro e minha avó lutou muito pra permanecer ao meu lado, mas como ela era muito apegada à ele, acabou partindo algum tempo depois, aumentando assim meu histórico de perdas.
Mas antes desse dia triste chegar, eu e minha avó sempre saíamos de Minas pra ir na casa do seu irmão, meu tio-avó Joaquim, ele mora numa fazenda junto com sua esposa, a tia Fabiana e minha prima Ana Bianca, Bia como gosta de ser chamada, ela sempre foi como uma irmã pra mim, nós tínhamos quase a mesma idade e isso nos aproximou muito.
Meus tios auxiliavam no cuidado dessa fazenda, eles eram o "braço direito" dos donos, pessoas de extrema confiança com quem mantinham uma relação famíliar.
Vovó e eu, íamos visita-los constantemente desde minha infância, e acho que era meio uma forma de me aproximar de alguém que pudesse substitui-lá caso algo fatal acontecesse, como de fato aconteceu e quando me vi sozinha nessa vida, foi para o meu tio Joca que minha tutela foi repassada.
Então, lá estava eu no auge da minha adolescência, aos 17 anos, me mudando para o interior do Tocantins, deixando pra trás toda uma vida e com o coração pequeno pra caber tanta dor, tanta perda, tanto abandono... A carência árdua me castigava por dentro.
Mas como uma boa adolescente, eu tenho a alma obstinada e muita sede de viver, talvez o nome da Fazenda em questão me desse uma certa esperança, não por conhecer os donos, pois havia se passado muito tempo que estive por lá pela última vez, mas pelo seu nome que carrega uma promessa de vida, "Terra Prometida", talvez fosse lá que eu encontraria os meus melhores dias... ou não!
E pelo visto não foi bem isso que o destino me reservou, então lá vamos nós para mais um histórico fatídico da minha vida...
"Mas esse sofrimento tem dia, hora e minuto contado Eu vou sofrer o resto desse dia Porque tudo serve de aprendizado Amanhã eu levanto do chão e..."
...bom, mas como eu disse, essa é uma história que precisa ser muito bem contada!
