Capítulo 11

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📍Goiânia, GO

Ricelly Henrique

Minha memória já estava presa nesse dia, nos movimentos dela, nos seus gemidos, no prazer estampado no seu rosto, tudo isso passava como um lembrete de que algo muito especial me aguardava sempre que eu voltasse à fazenda.

E claro que após 2 semanas daquele dia, eu não poderia deixar de estar lá para revê-la e dessa vez, eu vou só, o que já me deixa aliviado e livre.

— E aí Nim, vamos viajar que horas, o avião já tá pronto?

— Ansioso demais, não acha não? - Juliano começou, lá vem ele.

— Uai, tira pedaço perguntar?

— No seu caso, tira a falta de vergonha nessa cara que nem treme. - eu sorri do seu jeito de falar
— Você já sabe que não me enrola mais né Henrique? Que eu já me liguei que você e a Mel estão tendo algum rolo desde aquele dia que você sumiu e ela também e eu ainda tive que mentir pra Aline. Mas não pense que eu vou ficar compactuando com isso não viu?...

— Nim, Nim - falei tentando fazê-lo parar com suas lições de moral
— Eu já te disse que nós somos só amigos.

— Amizade colorida na base da safadeza? - eu gargalhei
— Vai rindo vai, só não esquece que a Mel não é igual a essas mulheres que você está acostumado a trair a Aline. A Mel é uma moça de família, e pior, da nossa família e por isso merecia muito mais de você.

— Nim, por favor, eu só quero ir pra fazenda rever meus pais, meus bichos, minha família, "minha amiga". - dei ênfase a palavra

— Cê é um caso perdido mesmo, só não diz que eu não avisei depois que isso der merda e o pai quiser te matar. - ele falou e eu brinquei com cara de medo

No fundo eu sei que ele tá certo, mas cadê vontade de parar quando quase todos os dias "as boas noites" mais calorosas eu dou é pra ela?

Quando nos exploramos o prazer um no outro só de ouvir o som da nossa voz e na imaginação nos levamos à loucura em meio à palavras de extremo tesão?

Se eu sei que podem haver consequências? Claro, mas a minha perspectiva é que Melina se torne madura o suficiente para entender o que temos e eu gosto muito disso.

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📍Fazenda Terra Prometida, TO


Chegamos em casa, ainda era final de tarde e eu não perdi tempo e nem esforço pra buscar Melina e Bianca no curso, despertando meu irmão mais uma vez à sair no meu encalço.

— Isso tudo é paixão? - disse Juliano depois de ficarmos em silêncio assim que peguei a estrada e acelerei

— É o quê Nim? Paixão? Cê tá doido, tem ninguém apaixonado aqui não, cê bebeu que horas que eu não vi?

— E toda essa ansiedade pra ver ela é o quê então? Cê tá parecendo um adolescente bobo que voltou de viagem e tá correndo pra casa da namoradinha com saudade. Eu ti vi assim poucas vezes, mas precisamente quando você tinha a idade dela.

— Lá vem você com suas reflexões.

— Não é reflexão é só uma tentativa de entender porquê você tá fazendo isso com uma pessoa que representa tanto risco procê, véi. Sinceramente eu não consigo entender e pra mim a única razão lógica é que você esteja perdidamente apaixonado.

— Perdidamente apaixonado? - eu sorri do jeito que ele pôs a situação
— Já você compõe uma música, tá inspirado heim Juju delícia?

Falei sorrindo e ele negava com a cabeça minha fala.

Metade da Estrada | Ricelly HenriqueOnde histórias criam vida. Descubra agora