Capítulo 43

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📍Palmas, TO

27 de fevereiro, 2023

Segunda-feira

Ricelly Henrique

Remorso, a primeira palavra que me vem à mente quando abri meus olhos e dei de cara com Melina ao meu lado na cama.

Afastei alguns cabelos que estavam espalhados no seu rosto e contemplei sua beleza tão natural, tão linda, tão minha.

Me lembro de ontem e penso como foi tão gostoso estar com ela novamente e fazer o amor que inexplicavelmente fazemos tão bem.

Caralho!! Porque eu tive que te largar tantas vezes?
Porque eu tive que te magoar tanto?
Porque eu fui te traumatizar?

O arrependimento batia na minha cara como um pugilista sem luva.

Respirei profundo vendo ela se remexer na cama, pensando em como provar pra essa molequinha que ela se tornou a mulher da minha vida.

"Coragem, querido coração"... Eu já li isso em algum lugar, penso comigo e é disso que eu preciso!

Alimentado por esse pensamento pra espantar minha covardia, eu me levanto fazendo o menor barulho possível pra não acorda-la e vou organizar um café da manhã especial pra ela comer, antes que acorde.

Já imagino como será quando ela descobrir que eu não a levei pra o apartamento dela, depois que apagou no meu carro achando que a estava levando pra lá, então já vamos tentar diminuir esse estresse alimentando minha gravidinha.

(...)

— Melina? - falei assim que ouvi um barulho. Eu estava sozinho em casa, só podia ser ela.

Andei até a sala e ela estava com a roupa do dia anterior e pronta pra ir embora.

— Pra onde cê vai? - franzi o cenho vendo ela descer.

— Pra onde eu deveria ter ido ontem a noite, acho que me lembro bem de ter te pedido isso. - ela reproduzia as palavras sem me olhar.

— Eu lembro do que você me pediu, mas é que te deixar em casa naquele estado era perigoso... - tentei argumentar este quesito com ela que me interrompia à todo instante.

— Bom, mas o perigo acabou não é? Agora estou muito bem e tô indo nessa.

— Mas eu fiz uma mesa de café repleta de frutas e das coisas que você gosta. Você precisa se alimentar depois de ontem...

— Henrique, Henrique... - ela me interrompeu enquanto negava com as duas mãos no ar.
— Por favor para de querer cuidar de mim tá bom? Eu já disse que não sou mais nenhuma menininha...

— Eu só tô te pedindo pra tomar café comigo, por favor? - a interrompi por último.

— Henriquee...

— Por favor. - minha voz beirava a clemência quando toquei seu ombro assim que ela virou as costas pra mim, tentando não me encarar.

E depois de um breve silêncio, ela respirou profundo e foi em direção à mesa, meu clamor funcionou.

Ela sentou e começou a comer.

— Pão de queijo e biscoito de polvilho doce, seus preferidos. - ofereci a ela que se mantinha recuada como se duvidasse das minhas intenções.

— Parece até que você programou esse café, de tanta coisa que eu gosto aqui. - ela falou já comendo o primeiro pedaço da fruta em seu prato.

— É que aqui também é sua casa, quer dizer era ou pode voltar a ser, então normal que tenha as coisas que a dona da casa goste de comer. - isso sou eu nervoso tentando dar em cima dela? Mas que cantada foleira é essa Ricelly Henrique?

Metade da Estrada | Ricelly HenriqueOnde histórias criam vida. Descubra agora