08 - Conversa e Conforto

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  Yibo permaneceu estagnado no lugar por um momento, procurando ao redor do quarto como se Xiao Zhan não fosse um homem de pouco mais de 1,80 de altura, perceptível em qualquer ambiente. Então ele ouviu um pequeno barulho na sala e caminhou em direção a porta, vendo o homem recolhendo suas roupas para vestir – ele supunha.

  — Você está indo? — Perguntou, assustando-o um pouco.

  — Ah, eu… — Ele parecia ligeiramente constrangido, isso o fez ter uma ideia do porquê estava pensando em ir embora.

  — Eu não vou te expulsar, Xiao Zhan, se é por isso que você está pensando em ir. Se eu fizesse isso agora seria única e exclusivamente como uma forma de vingança, e seria bastante infantil da minha parte. — O outro não respondeu, mas parecia ainda mais acanhado diante dele. — Se você quiser realmente ir, eu te levo. Mas se quiser ficar, vou preparar algo pra gente comer.

  Yibo expressou sua oferta e esperou calmamente, recostado na porta aberta do quarto. Ele não o faria ficar se não quisesse, mas deixaria claro que não seria ele a expulsá-lo. Isso não condizia com sua personalidade. Além disso, ele ainda tinha uma moto para ir para casa, e o homem diante dele aparentemente não dispunha de qualquer transporte próprio naquele momento.

  — Tudo bem se… se eu ficar? — Perguntou, ainda hesitante.

  — Claro. Você pode vestir as roupas limpas que estão na cama, se quiser. Vou preparar alguns sanduíches.

  Assim fez, se encaminhando para a cozinha enquanto o outro vestia as roupas que anteriormente deixou no quarto.

  — Você prefere sanduíche de frango ou de atum? — Perguntou quando o viu sentar-se na banqueta da cozinha americana.

  — Uh... frango.

  Yibo acenou em concordância, pegando algumas fatias de pão e adicionando o recheio que já estava pronto em uma vasilha, uma mistura de peito de frango, cenoura ralada e milho, temperado com sal e páprica; creme de leite, maionese e cheiro-verde adicionando a cremosidade. Sobre o recheio foram colocadas uma folha de alface e algumas rodelas de tomate, em seguida outra fatia de pão.

  — O que você quer para beber? Refrigerante? Suco? Cerveja? Chá gelado?

  — Chá, por favor.

  Yibo tirou duas garrafas de chá da geladeira e as colocou sobre o balcão, trazendo em seguida os sanduíches e se sentando próximo a Xiao Zhan. Eles comeram parcialmente em silêncio, trocando algumas poucas palavras.

  — Você come pouco assim? — Perguntou, vendo o outro parar após o segundo sanduíche.

  — Acho que depende. Na maioria das vezes minhas porções de comida são reduzidas por conta do meu trabalho, mas quando estou de folga geralmente como bastante.

  — Sacrifícios da vida de modelo? — Questinou brincando.

  — Tipo isso. — Disse ele, sorrindo. — Depois de tantos anos acabei me acostumando, mas não faço mais as dietas malucas que fazia no início.

  — Dietas do tipo, ficar horas sem comer?

  — Algumas, sim. Logo no início, quando estava tentando me adaptar a esse mundo novo, vi inúmeros modelos com corpos diferentes do meu, mais magros ou mais definidos, e então comecei a me cobrar para seguir esses mesmos padrões. Procurei dietas na internet, fiz exercícios em excesso, jejum intermitente de forma incorreta, e isso acarretou em uma internação após eu ter desmaiado em uma sessão de fotos por desidratação e fome. — Yibo olhou para ele de onde estava lavando os recipientes que havia usado, esperando que ele continuasse. — Levei um sermão do Sr. Huang, que foi pessoalmente no hospital puxar minha orelha, e então fui passado para uma nutricionista, que é quem me acompanha até hoje.

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