32 - Segurança e Leveza

195 24 39
                                    


  Yibo decidiu sair da livraria mais cedo naquele dia, tendo a intenção de passar mais tempo em casa com Xiao Zhan. Era pouco depois das 18:00 horas quando atravessou as portas da BookPeople, vendo os carros que iam e vinham pela pista no movimentado horário de pico. A rua, parcialmente iluminada pelos postes de luz, estava igualmente movimentada; algumas pessoas andavam apressadamente, outras conversavam com suas companhias e outras caminhavam tranquilamente, como se estivessem aproveitando um passeio.

  Ele caminhava lentamente pela calçada, de encontro ao seu carro no estacionamento, aproveitando a brisa noturna e ocasionalmente esticando os braços e movimentando um pouco os músculos doloridos de seus ombros. Yibo estava distraído, pensando no que faria no momento em que chegasse em casa, quando seus passos anteriormente despreocupados pararam de repente. Seu rosto ficou branco de tal modo que parecia ter visto uma assombração.

  Yibo piscou, uma, duas vezes, os olhos fixos naquele lugar se desviaram brevemente para olhar ao redor e então voltaram-se à distância de alguns carros novamente, mas não havia ninguém lá. Há poucos segundos, jurara ter visto um rosto ligeiramente familiar, – o qual desejou com todas as forças esquecer, – como se um fantasma tivesse ressurgido. Mas agora que olhava para o mesmo lugar fixamente novamente, não importa onde procurasse, não havia sequer um sinal de alguém ali parecendo caminhar em sua direção; apenas transeuntes seguindo o fluxo de pessoas na calçada oposta à que estava.

  Estou enxergando coisas onde não tem. Você está cansado Yibo, é só isso.

  Era impossível, ele pensou. Provavelmente aquilo tinha sido apenas uma projeção de sua mente cansada e constantemente perturbada por esse mesmo assunto. Não havia como James reaparecer ali. Tinham se passado nove anos e Yibo, graças a algum bom deus generoso, nunca mais o viu. Não fazia sentido aquele homem reaparecer agora.

  Pensando até este ponto, caminhou rapidamente para o carro e dirigiu em direção ao apartamento de Xiao Zhan, soltando um suspiro de alívio quando o elevador se abriu e ele alcançou a porta daquele apartamento, que agora era tão familiar quanto o seu próprio. Yibo fechou-a atrás de si e caminhou pelo hall de entrada, afrouxando a gravata e puxando o blazer para baixo dos ombros enquanto adentrava a sala de estar mal iluminada.

  — Yibo? — Veio a voz do quarto principal. Em seguida, um Xiao Zhan de muleta, usando nada além de uma cueca boxer, apareceu na porta.

  Yibo parou em seus passos diante dessa visão. Não era como se nunca o tivesse visto assim, ou mesmo que fizesse tanto tempo que estivesse diante de um Xiao Zhan quase nu; afinal de contas, durante muito tempo, foi ele quem o despiu e o banhou. Mas, ultimamente, eles mal tinham tido algum contato, e ver tanto de sua pele desnuda fez suas mãos coçarem para tocá-lo.

  — Você chegou mais cedo. — Ele falou, um sorriso perceptível em seu tom de voz.

  Isso o fez erguer os olhos que desciam descaradamente pelas coxas nuas do modelo para o rosto dele. Havia um sorriso suave e íntimo em seus lábios.

  — Hm. Queria jantar com você. — Explicou, deixando a maleta e o blazer na primeira superfície à frente e se aproximando dele. — Você está tentando me seduzir? — Perguntou, seu tom agora baixo, completamente diferente do de antes.

  A pergunta foi enfatizada por ambas as suas mãos acomodando-se na cintura nua quando finalmente estava próximo o suficiente para fazê-lo.

  — Eu? De modo algum. — Piscou os olhos inocentemente. — Mas apenas por curiosidade, funcionou?

  Seu tom era leve e brincalhão, isso o fez sorrir. Yibo se aproximou mais, passando ambas as mãos pelas costas do modelo, subindo e descendo, sentindo os músculos e ossos salientes no caminho. A pele dele estava quente ao toque, mesmo com a temperatura mais baixa do ar-condicionado.

Cowboy da GucciOnde histórias criam vida. Descubra agora