25 - Chamado e Resposta

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  Xiao Zhan estava lutando consigo mesmo para permanecer acordado. Ele queria vê-lo, mas seu corpo se recusava a passar meros segundos consciente antes de levá-lo ao sono profundo novamente, como se isso fosse necessário para que pudesse se recuperar. E talvez fosse, mas queria tanto vê-lo.

  Sua cabeça parecia menos latejante e seus pensamentos não eram mais tão desordenados como das vezes anteriores, as quais despertou. A ardência em sua garganta permanecia como se ele não bebesse água há dias, mas seus olhos não pareciam tão impossíveis de abrir desta vez.

  Seus sentidos, no entanto, ainda pareciam trabalhar lentamente, porque ele demorou alguns segundos para notar a voz barítono que parecia conversar consigo num tom baixo e íntimo.

  — Você concordou que nós assistiríamos uma partida de basquete juntos e ainda não cumpriu com seu trato. Então volte para mim, Xiao Zhan, por favor.

  Aquelas palavras pareciam mais uma oração do que um pedido, e ele sentiu seus olhos sendo imersos em lágrimas ao ouvi-las.

   Ainda era difícil tentar abri-los, principalmente com a claridade quase cegante que era perceptível mesmo através de seus olhos fechados, mas ele sentiu uma gota quente descendo por sua bochecha, e também sentiu um dedo gentil enxugando-a.

  — Você está me ouvindo, não está? — Desta vez, ele parecia ainda mais perto. — Eu preciso que você acorde, por favor, deixe-me ter certeza de que você está bem.

  Um beijo leve foi depositado sobre sua pálpebra, e ele lutou para abri-las, porque também precisava vê-lo. Exigindo uma quantidade considerável de concentração, seus olhos piscaram por uma fração, deparando-se com a visão embaçada de um rosto cansado próximo o suficiente do seu para que sentisse sua respiração.

  — Zhan? — Ele chamou.

  A posição em que estava fazia sombra em seus olhos e ele agradeceu por isso, pois lhe permitiu abri-los um pouco mais.

  — Y... Yibo.

  — Zhan, você está acordado! — Ele parecia tão genuinamente feliz que tudo o que Xiao Zhan desejava era poder ver seu rosto claramente, e não a visão borrada que tinha agora. 

  — Yibo. — Ele chama novamente.

  — Sou eu, meu amor. Sou eu. — Ele diz eufórico, como se não percebesse o que acabara de dizer, como se essas palavras não fossem capazes de fazer seu coração cansado trabalhar um pouco mais rápido de repente. — Eu vou chamar um médico, está bem? Por favor, fique acordado. — Um beijo é colocado sobre sua testa e antes mesmo que possa responder, Yibo está correndo para fora da sala.

  Uma série de coisas se seguem então. O médico e as enfermeiras vão examiná-lo e finalmente lhe dão um pouco de água para que ele possa murmurar algumas palavras sem sentir tanto incômodo. Quando verificam seu estado e garantem que aparentemente está tudo bem, seu quarto se enche momentaneamente antes que o médico repreenda a todos sobre o fato de que ele ainda precisa de descanso, deixando apenas seus pais lá dentro.

  Eles o interrogam sobre como ele se sente, se está sentindo dor, fome e outra série de coisas para as quais ele acena negativa ou afirmativamente com a cabeça, sentindo-se exausto após algumas poucas palavras. Ambos saem por alguns minutos então, para que Li Qin e Li Ying possam vê-lo. Sua pequena irmã tenta principalmente puxar sua orelha por preocupá-la tanto, mas ele pode ver seus olhos brilhando levemente com lágrimas e o quão feliz ela está por ele estar bem.

  Em algum momento, elas falam sobre Yibo e acabam contando brevemente sobre o estado no qual ele esteve durante os últimos dias no hospital, e seu coração dói por ele.

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