22 anos

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João Félix

Acordo no dia seguinte com a Carolina aos meus pés.

- Se pretendias assustar-me não conseguiste. - digo a sentar-me na cama.

- Não pretendia. - disse aluada e se não estou enganado preocupada.

- O que se passa? - Pergunto.

- Bem, a Bia e a Carol prepararam uma festa de 22 anos a Benedita. - Sorri ao lembrar-me do que a Benedita disse.

- O que tem? - Pergunto a afastar o assunto.

- Não sei o que oferecer a Benedita. Já lhe ofereci quase tudo. Tu que foste namorado dela, não tens nenhuma dica? Andei tão ocupada a ajudar as duas que esqueci-me do que lhe comprar.

- Sabes que a Benedita, gosta da simplicidade. Coisas simples. Acho que lhe oferecesses um par de abraços ela ficava feliz. - digo.

- Grande ajuda Félix. - disse.

- Olha, a Benedita não gosta de coisas muito ebalaboradas, da-lhe alguma coisa com significado. Uma coisa que signifique algo para as duas. - digo a levantar-me da cama.

- O que seria isso? - Pergunta.

- Tu és melhor amiga, deves saber melhor que eu, não? - Digo num tom de pergunta. Ela negou.

- O que se dá há uma pessoa que pode comprar tudo?

- Ela não perdeu a casa? - Afirma. - Ela não perdeu coisas que estavam lá, talvez ela precise de alguma coisa. Já sei , um globo de neve com um menina a tocar viola ou guitarra.

- E onde vou encontrar um globo com essas características? - Retiro do armário um saco branco. - É a tua ideia? - Pergunta.

- É, mas deixa, vou ter outra. - digo.

- Não, Não Félix, deixa que eu penso noutra coisa. - disse a entregar-me o presente.  - Vou pensar noutra coisa. Vou pedir ajuda ao Rúben, ou a April.  - disse. - Obrigado na mesma. - disse ela aproximou-se de mim e beija as minhas bochechas.

- Sabes que não precisas esforçar-te tanto. Ela ama-te. - digo para acalma-la.

- Eu sei disso, só que não estou há 3 anos com ela. E não sei se isso nos afastou.

- Só para que conste, ela ontem falou de ti e como estava feliz por te ter ao lado dela, ela até agradeceu por vós ter apresentado. Sem o teu apoio, ela não teria conquistado o que consquistou.

- O que queres dizer com isso?

- Quero dizer que tu ao estares presente na festa, já é ótimo. Por isso se lhe deres um pedaço de papel, ela vai ficar feliz. - digo.

- Obrigado, mais uma vez. - disse. - Olha, estás convidado para a festa, não sei se ela vai aceitar bem, mas estás convidado. - disse.

- Se ela não aceitar a culpa é tua. - digo, mesmo a saber que ela não se iria importar com a minha ida a festa.

- Bem, vou despachar-me, vou levar a Be a passear. - disse.

- Importas-te se for eu? - Ela olhou para mim confusa.

- Queres ir mostrar a cidade a tua inimiga? - Afirmo. - Por mim tudo bem.

- A partida não haverá problema. - digo.

- Tens que a levar a esta morada às 19, consegues? - Afirmo a sorrir e a escolher um outfit. -  Não lhe estragues o dia. - Olho para ela. - Ela olha para a tua cara porque gosta de ti, e tem respeito por mim e pelo Hugo, porque se não fosse isso, ela estava-se a cagar, tu não sabes como a magoaste, mas não quero voltar a esse tópico. 

- Eu e ela saímos ontem. - admito, ela sorriu.

- Afinal a mulher tem nome e morada. - disse e eu sorri a afirmar. 

- Acabamos por nos beijar. E ambos dissemos que não queríamos ser mais inimigos um do outro, mas eu ainda quero provar que o André está por detrás disto. 

- Já não chega Félix? Nunca irás conseguir provar nada,  e se conseguires essas provas? Que ele te drogou mesmo? O que isso prova? - Questiona. -  Já aconteceu, está passado, a única pessoa que irias magoar era a Benedita. - disse. - Isso pode ser verdade, mas tu erraste, erraste quando beijaste a Margarida, erraste quando chamaste a Benedita de gorda e fútil? Foi o que disseste? Tu magoaste-a a grande, como disse no passado, se fosse comigo, eu nem olhava para os teus irmãos, mas como não sou, e ela é ela,  é assim. - acabou por dizer. - Se a voltares a magoar, quem não falará contigo, serei eu. - disse a abandonar o quarto, mas voltou. - Não te esqueças, às 19, nessa morada! - vejo o postal e eu conhecia aquele salão de festas. 

Talvez ela tivesse razão, talvez desenterrar o passado era mau, era melhor mantê-lo assim. 

Despachei-me.

Saí de casa por volta das 11horas, após a Carol mandar uma mensagem a Benedita a dizer para se encontrar com ela, pensava ela

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Saí de casa por volta das 11horas, após a Carol mandar uma mensagem a Benedita a dizer para se encontrar com ela, pensava ela. 

- Juízo, e comporta-te, estou a contar contigo, não lhe estragues o aniversário. - disse a apontar-me o dedo, por momentos, tive medo dela. 

- Tens que arranjar um namorado! - digo assustado. 

- Quem disse que não tenho? - Olho para ela.

- Tens? - Pergunto. 

- Nunca se sabe, beijinhos Félix! - Entro no carro, conduzido por outro alguém que reconheço de imediato. 

- Jonny! 

- Passei de conduzir autocarros para carros ligeiros, isto é de facto uma grande mudança. - disse e eu sorri. - Vamos para o salão?

- Não, vamos para a casa da Benedita. - digo e ele surpreendeu-se. 

- Para a casa da menina Benedita Dias?

- Essa mesmo! - digo. 

- Você que manda! - disse e dirigiu-se 3 ruas abaixo da minha, ele apitou e vejo a Benedita sair assim:

- Você que manda! - disse e dirigiu-se 3 ruas abaixo da minha, ele apitou e vejo a Benedita sair assim:

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- Olá, olha Carolina, tenho umas coisas para dizer, antes de irmos ver seja lá o que for... - Ela parou de falar assim que viu que não era a minha irmã. - Entrei no carro errado? - Pergunta ainda fora do mesmo. 

- Não, se entrares no carro, é no certo! - digo, ela sorriu e entrou. - O que ias dizer a Carolina?

- Ia mandar vir com ela. - disse a rir, e a pôr o cinto. - Hey, Jonny! - disse a sorrir e ele acenou-lhe iniciando a viagem logo após. 

- Bem, não sei onde ia a minha irmã, mas vou levar-te a um sítio! E já agora, Feliz Aniversário. 

Ela sorriu e beijou a minha bochecha direita. 

- Obrigado! - disse. 

João Félix | Only You | AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora