João Félix | Only You | Acabada

Salva ou não?

Margarida Corceiro

⚠️Partes Pesadas⚠️

Assim que a Mariana saiu da minha casa, sinto o irmão do André entrar no cómodo, eu respiro fundo para não começar a chorar, como psicopata que é começa a bater palmas e deixa-me sem reação, ele acaba por ter o discurso sozinho.

- Muitos Parabéns, estou impressionado. - disse ao admirar-me. - Nunca tinha visto tamanha personalidade, estou "wow" é a palavra correta a ser utilizada nesta equação. Tu miúda tens talento. - Ele percorre o meu corpo com uma mão e continua. - Já te tinha visto na televisão e sempre achei que eras muito espivitada, e de facto, vejam bem és mesmo. Um talento, não tinha coragem para mentir assim a tua melhor amiga, mau, és mesmo mazinha. O meu querido irmão que Deus o tenha, está orgulhoso de ti.

- Tu não vales nada. - digo.

- Sim, pois não, matei o meu irmão, e agora vou vingar a morte dele, porque a culpa foi daquela sonsa e daquele estúpido bebé.

- Não faças nada a Benedita, liberta-a, o teu irmão gostava dela, mas ela não o amava, por favor Pedro, para! - imploro.

- O Acordo só está feito, quando tu ficares com o Félix.

- Não! O acordo foi com o teu irmão. E ele morreu.

- Será? Será mesmo? - Reconheço a voz do André e vejo-o sair das sombras.

- Fingir a própria morte é complicado! - disse e eu quis morrer, preferia estar no lugar da Benedita, do que com dois lunáticos que queriam a mesma.

Benedita Dias

- Canta mais uma vez! - Eu chorava as minhas músicas, e vomitava-me toda. - CANTA! Vá canta! - Ela repetia enquanto me obrigava a comer os restos da comida que ia a perder.  - Canta para o teu menino. Canta! - Ordena e eu começo a cantar mais uma vez. - Linda menina. Quem é a menina mais linda da dona, és tu. - disse a apertar as minhas bochechas. - Linda cadela. Come!

Eu rezava apenas para continuar sozinha na escuridão que 2 minutos com ela a cantar pela milésima vez a mesma canção no mesmo tom e a comer, isto ao mesmo tempo, era horrível.

- Vou dizer uma coisa, mas isto não sei daqui. - Paro de cantar  - CONTINUA A CANTAR. - Continuo baixo, enquanto ela falava por cima. - O André fingiu a própria morte para sair da prisão, o irmão dele o Pedro é que o ajudou a sair, a Margarida meteu-se numa bela encrenca, mas sabes, nem tudo é mau, agora tens dois gostosos atrás de ti, mas não sei se te cortam ao meio para cada um ficar com uma parte. De me derem alguma coisa, eu quero ficar com o coração, vai valer-me milhões de euros no mercado, e mais caro que o coração vai ser as cordas vocais, já viste, as cordas vocais de Benedita Dias, uau, que honra. - Ela saiu a rir, e eu encolho-me horrorizada.

- Merda, tenho de sair daqui! - digo.

Não sei quanto tempo mais fiquei em silêncio, mas durou pouco tempo, a porta abre-se e vejo uma figura feminina aparecer com um homem, vejo a Margarida e o Pedro o irmão do André.

- É tão linda, não é? - A Margarida olha em choque para mim, mas afirma. - Quero que faças um favor. - ela assustasse quando vê a faca que o mesmo tirou de cima da bancada que havia do outro lado da porta. - Vais fazer-lhe um pequeno golpe na barriga.