Regresso a casa

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Benedita Dias

O pior de estar grávida talvez seja por estar mais intensa do que o normal, uma despedida normal é dolorosa, mas uma despedida de grávida é trinta mil vezes pior, não sei o que mais me custou na partida do Félix, foi ele se ter ido embora, ou eu ter continuado a fazer os concertos, psicologicamente e fisicamente estava bem, não era uma gravidez de risco e apesar do meu trabalho ser cansativo, poderia fazê-lo sentada, alguns performances marcadas, tiveram que ser refeitas de outra maneira, porque se tornavam perigosas, entendo, mas não era preciso aquilo alarido todo para mais 10 concertos, mas voltando a despedida, já que me adiantei no resto.

Ver o Félix partir com a equipa, fez-me sentir um nó na garganta, como se tivesse prestes a entrar em hiperventilação ou algo do género, mas ao contrário de muitas vezes eu não entrei em pânico, mantive-me só a chorar.

Aquilo foi mais difícil, foi a coisa mais difícil que alguma vez fiz, talvez, não talvez não, eu estava a exagerar, não foi a coisa mais difícil que fiz, mas foi uma coisa difícil de se fazer admito, dar costas e ver o João partir, por segundos pensei que desistir de tudo, cancelar tudo, mas não o podia fazer, não queria desapontar os meus fãs.

Entrei no carro e volto para o hotel a chorar, amanhã partiríamos para a Áustria e infelizmente de autocarro, o que já a pensar me dava ânsias. 

(...)

O tempo passava rápido e agradecia a Deus por já ter acabado aquela Tour, eu amava os meus fãs, mas já estava cansada. 

Volto para Lisboa, logo depois do concerto, assim que cheguei ao aeroporto, vejo um rapaz disfarçado mal e pessimamente, mas resolvo, entrar na brincadeira. 

- João? João és tu? - digo ao aproximar-me dele, ele sorriu ao ver a minha pessoa. 

- Não estou bem? - Ele dá uma volta, e eu sorri a beija-lo. 

- Estás ótimo. - digo e ele sorri a beijar-me. 

- Bem vinda casa! - disse assim que ficámos sozinhos no estacionamento. 

- Ainda não acredito que compraste uma casa em Portugal e não moras aqui! - disse. 

- Não quero viver num apartamento, e além disso preciso de uma casa em Lisboa. - disse. 

- Vou para a casa dos meus pais. - digo a levantar a mala do carro. 

- Eu ajudo-te! - disse. - Gostava que visses a casa! - disse. 

- Porquê? - Pergunto. 

- Porque quero que vivas lá, já que vais ficar em Portugal, agora tens uma casa para ti. - Olho para ele que retira os óculos. 

- Tu compraste-me uma casa?  Ficaste maluco? - digo e ele abraça-me. 

- Sou maluco por ti desde que te pôs a vista em cima pela primeira vez. Vamos ter um filho, e já que não vais para a Inglaterra, quero que fiques numa boa casa. - disse e eu olho para ele. 

- Eu não vou para a Inglaterra, porque quero estar ao teu lado, o Felipe agendou-me uma entrevista para fazer uma série espanhola. - disse. 

- O quê? Porque não me disseste? 

- Era uma surpresa! - digo. 

- Que belas surpresas! - disse ele. - Bem, agora ficámos com aquela casa, sempre fica a nossa casa. - disse a abraçar-me. 

- A nossa casa?

- A nossa casa. - disse e beija-me. 

- Obrigado! - digo, ele acariciou a minha barriga, deixando-me a sorrir para o ar. 

Seguimos para a casa dos meus pais, onde cumprimento ambos, e depois do jantar seguimos para a casa nova, casa que estava pronta a habitar. 

Ele girou a chave da casa, e ligou as luzes, depois dando-me espaço para entrar, abro a boca assim que vejo um espaço amplo e moderno, coisa que era a cara do Félix e a minha. 

Ele mostrou-me os cantos a casa, e depois de instalados, ficámos deitados na cama a falar sobre o que se tinha passado no último mês, acho que depois de alguns minutos em silêncio acabo por adormecer. 

Acordo sozinha na cama e cheia de dores, merda! 

- Félix? - Chamo-o, mas o mesmo não responde, levanto-me com cuidado, e acabo por cair na cama, mas o Félix agarra-me. 

- O que foi? - Pergunta. 

- Tens algum medicamento para as dores? - Pergunto. 

- Não, mas posso ir comprar! - disse. - Eu ajudo-te a chegares a cozinha, fiz-te um pequeno-almoço delicioso. - disse e ajuda-me a chegar ao destino. Assim que chegamos vejo vejo a bancada cheia de coisas boas, sorri e viro-me para ele, que estava sem camisa e com uns calções do Benfica. 

- Ficas mesmo bem de vermelho! - disse ao ver-me com uma camisola também ela do Benfica. 

- Pois. - Levanto um pouco a camisola a mostrar-me a lingerie vermelha, ele deslizou o dedo até ao fio da cueca, e sinto-me ficar húmida, ele passa a mão pelo interior da minha coxa, e eu encosto-me a bancada. - Pois, ficas mesmo bem. - disse e passo dois dedos pelo calor da minha intimidade. - Gostaste do pequeno-almoço? - Pergunta a acariciar a minha intimidade que estava já molhada. 

- Ad.. Adorei! - digo a tentar não gemer, mas era impossível quando ele já tinha dois dedos postos em mim, reviro os olhos e gemo ao ouvido dele, que aperta a minha cintura e deixa-me ficar ao clímax. - Félix, tu és doido! - digo a respirar pesadamente. 

- Temos que batizar os cantos a casa! - disse a beijar os meus lábios rosados. 

 - Claro, mas posso comer primeiro, e depois disso tomar aquele medicamento? Se ficar boa, eu sou toda tua! Sabes o que isso significa? 

- Sim, que assim que tiver oportunidade vou te foder em todos os cantos desta casa, desculpa o palavreado, mas estou com saudades tuas, e tu estás cada vez mais sexy, e isso deixa-me doido. - sorri e passo as mãos pelo seu peito e barriga. 

- Também tenho saudades tuas. - digo e beijo-o, acabámos por comer, logo depois ele seguiu para a farmácia, eu arrumo a cozinha, e quando ele regressou eu estava sentada na sala, ele deu-me um copo de água e logo depois a caixa. 

- Perguntaste se podia tomar isto grávida? - ele afirmou sentando-se ao meu lado. - Tu és o melhor! - digo a deitar a cabeça no ombro dele, acho que adormeço de novo. 


João Félix | Only You | AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora