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Marcos.
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Assim que a Lua desligou a ligação na minha cara, achei estranho, diferente do nosso normal.

Espero que seja coisa da minha cabeça.

Resolvo arrumar as minhas malas para a viagem de amanhã, ponho apenas o básico mesmo.

Duas bermudas, quatro camisas, cinco cuecas e um par de chinelo, já vou com o tênis no pé.

Rebouças: Marcos! - escuto meu pai me gritando da sala. - Chega aqui embaixo.

Marcos: Já vou, pai! - grito de volta.

Fecho a mala e vou ao seu encontro, ele estava sentado na poltrona.

Rebouças: Suas malas já estão prontas? - ele perguntou e eu assenti. - Ótimo! Precisamos conversar.

Marcos: Sobre o que o senhor quer conversar comigo? - perguntei curioso.

Rebouças: Já está na hora de te entregar uma herança de família. - disse pegando uma arma de dentro de uma caixa. - Essa era a arma que o seu avô usava na época em que trabalhava para a BOPE.

Olhei surpreso e admirado para a arma.

Marcos: O senhor está falando sério? - fico desacreditado - Estou me sentindo honrado.

Rebouças: Prometa para mim que sempre irá andar com ela, seja no carro ou ao seu corpo.

Marcos: Prometo, pai. - falei e segurei a arma em minhas mãos.

Rebouças: As ruas estão muito perigosas ultimamente, tome cuidado! - ele falou e eu assenti.

Meu pai me prometia essa arma desde que eu era apenas um moleque, a sensação de ter esse legado da família em minhas mãos é indescritível.

Agradeço ao meu pai e volto para o meu quarto, mas não consigo deixar de pensar na indiferença da Lua.

________
Lua.

Chegamos ao baile e subimos para o camarote, Douglas estava ao meu lado com uma cerveja na mão.

A música parou e todos viraram a atenção para o palco.

FP: VOLTEI, PORRA! - Gritou no microfone e todos começaram a aplaudir e assobiar. - Solta a música DJ.

Todos voltaram a dançar e meu pai subiu para o camarote ao nosso encontro.

FP: Quem é esse moleque? - Perguntou apontando pro Douglas. - Esquece, não interessa, vamos ali que eu quero trocar uma ideia contigo.

Lua: Eu já volto. - Falei no ouvido do Douglas e o mesmo assentiu.

FP: Depois temos que conversar. - falou rígido apontando para o Douglas novamente.

Meu pai e eu fomos para o lado de fora do baile.

Lua: O que o senhor deseja? - falei em um tom de sarcasmo.

FP: Valeu. - falou baixo.

Lua: O que? Não entendi. - me fingi de sonsa.

FP: Eu tô ligado no que você fez, obrigado! - falou mais alto e eu assenti. - Eu só não quero que você se envolva nessas paradas.

L

ua: Eu tive que fazer alguma coisa, não podia te deixar apodrecer naquele buraco, afinal, sangue é sangue."

FP: Não quero que você se envolva nessas porras, não interessa esse bagulho de "sangue é sangue", agradeço por ter me ajudado, mas agora chega! Essa foi a primeira e ultima vez que você se envolveu com essas paradas. - falou rígido.

Lua: Eu nasci no meio disso, é meio inevitável.

FP: Você pode e você vai evitar, eu não entrei nessa porra porque eu quis, eu não tive escolha mas você tem. Você sabe o quanto é doloroso, você viu de perto o sofrimento da sua mãe, viu vários irmãos caírem. Eu não quero que você siga meus passos, e isso é uma ordem Lua. Você sabe qual é o futuro de quem se envolve nisso, é apodrecer na cadeia ou ser enrolado no saco preto e jogado no guandu. - ele estava totalmente sério. - Você já está avisada. - eu assenti e ele me deu um beijo na testa.

Entramos novamente para o baile e eu fui dançar com o Douglas e algumas amigas minhas que eu havia encontrado.

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⏰ Última atualização: Sep 21 ⏰

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Maktub - no Alemão #2TOnde histórias criam vida. Descubra agora