Capítulo 6

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HEATHER.
~×~


 É engraçado como domingos costumam ser monótonos e deprimentes

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É engraçado como domingos costumam ser monótonos e deprimentes.

Na verdade, depois de algum tempo constatei que domingos era o tempo necessário para os trabalhadores repor suas energias de uma longa semana exaustiva.

No meu caso não era assim. Eu simplesmente não fazia muita coisa. Não tinha um tempo de trabalho braçal, e tudo na minha vida profissional resumia-se a assinar toneladas de papéis.

Por isso, domingos eram chatos. Ao final de uma semana eu me encontrava bastante disposta e sem um pingo de vontade de descansar. Então os meus domingos sempre começavam às 6:00 da manhã, quando o sol ainda estava decidindo se sairia para brincar ou não.

Depois de um café da manhã preguiçoso, o que normalmente se resumia a algum cereal ou um copo de suco de laranja, eu saía para correr. Corria pelas ruas ainda quase desertas de Nova York, se não fosse por alguns idosos que passeavam pelos arredores.

Quando retornava para casa, já perto das 9h, não havia muito mais a fazer senão assistir à tv e ficar nisso até o resto do maldito domingo. Eu não tinha amigos.

Me esquivei de quase todas as relações que pude depois que a depressão tomou conta da minha vida

Obviamente muitas pessoas me achavam anti-social e desconfiada, o que não deixava de ser verdade.

Ainda assim não eram incomuns casos de festas luxuosas onde eu era algum tipo de convidada de honra, o que me colocava obrigatoriamente em uma posição na qual eu precisava comparecer.

Digo "obrigatoriamente" porque quase sempre minha vontade de curtir festas de ricos esnobes era quase tão grande quanto de me matar, mas muitas delas alguns assuntos importantes relacionados a negócios eram tratados, e eu precisava ir.

Mas esses eventos não passavam de ganância, algo extremamente superficial rodeado de luxo e pessoas egocêntricas falando de si e o quanto a sua fortuna estava crescendo.

Claro que eu nunca, jamais ia sem a companhia de Sarah.

Normalmente era ela que tomava toda a qualquer decisão sobre a empresa, dentro ou fora dela.

Obviamente ninguém sabia disso, mas esse era o nosso segredinho. E eu sabia que se fosse aderir a alguma religião, formaria minha própria onde Sarah  seria endeusada, se tornando o objeto dos meus agradecimentos e da minha adoração.

Era o mínimo que eu podia fazer pela mulher que havia salvado o meu pescoço tantas e tantas vezes, e me conhecia talvez melhor do que a minha própria mãe.

— Alôôô.

— Bom dia, Sarinha. Te acordei?

— Sr...Colemann? Não, bom dia.

Addicted - Sáfico |  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora