Capítulo 22

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Continuação da passagem de tempo anterior.. (E última)

 (E última)

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HEATHER.

~x~

Aquela não parecia ser a garota pela qual eu procurava com tanto desespero, a garota que ultimamente habitava todos os meus sonhos e lembranças.

Não parecia ser a garota que eu havia me apaixonado acidentalmente, porque não havia traços da Laura que eu conheci ali.

Não havia resquícios dela, a não ser por uma exceção: aqueles olhos. Eu os reconheceria em qualquer lugar, em qualquer situação.

Era ela. Com alguns quilos a menos, uma maquiagem escura e extremamente inapropriada para o seu tom de pele, o que tirava bastante de sua beleza natural.

Além disso, trajava um vestido incrivelmente curto e justo, seguindo o padrão de todas as mulheres naquela rua, e saltos altos que a deixavam com muitos centímetros a mais.

Sua expressão parecia ser vazia enquanto ela abaixava na janela do carona, mas ao realmente me enxergar ali, sua máscara de indiferença pareceu quebrar imediatamente.

Eu fiquei muda e imóvel, porque não sabia como agir.

Vê-la daquele jeito, naquela situação, despertou em mim uma fúria inexplicável, então eu tive que me forçar a manter a calma.

Era de alguma forma irracional, mas não havia como evitar a raiva que eu sentia agora. Raiva de tudo e de todos. Raiva dela.

Ainda assim, foi difícil conciliar essa ira com a sensação de alívio que me assolou. Eu realmente havia conseguido encontrá-la, contra todas as chances.

Fosse por milagre ou por sorte, ela estava ali, a poucos centímetros de mim, e se não fosse pela raiva que pulava dentro de mim, eu poderia até sorrir.

Não sei quanto tempo ficamos em silêncio, mas algum tempo depois sua expressão voltou a ser a mesma que eu havia visto no primeiro momento.

Enquanto ela voltava a ser completamente indiferente a mim, como se eu fosse só mais um cliente a espera de seu preço, eu tentava buscar alguma coisa para dizer a ela.

A única coisa que me vinha à cabeça era um pedido de desculpas, tão sincero e desesperado que teria saído como uma súplica, caso meu arrependimento não estivesse sendo abalado pela minha raiva pulsante.

Raiva, porque ela ainda não tinha entrado naquele carro e me xingado de qualquer coisa.

Raiva porque ela ainda estava disponível para qualquer cliente que quisesse parar ali e escolhê-la pelo preço maior.

Ela estava cobrando Cem dólares pelo programa.

Cem míseros dólares para se vender a mim, ou o que era pior, a qualquer um que estivesse no meu lugar.

Addicted - Sáfico |  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora