Um romance sobre duas garotas.
Heather Colemann (Interssexual) é uma grande empresária que mexe com grandes negócios.
Laura Clark Rampsey é uma prostituta de luxo, que apesar de se sentir extremamente mal por isso, não encontra uma saída para sair d...
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LAURA. ~x~
QUARTO MÊS
Àquela altura, eu estava completamente transformada, e me transformava continuamente, dia após dia.
Não era apenas pela aparência que se podia dizer isso: Embora minha barriga simplesmente houvesse resolvido crescer de uma vez só, compensando os quase três meses de disfarce, era também no meu humor que a gravidez se manifestava.
Se no início as mudanças bruscas de comportamento deixavam tanto Heather quanto a mim mesma um pouco confusas, agora elas pareciam nos pegar completamente de surpresa.
Cheguei a ter medo de estar desenvolvendo algum tipo de bipolaridade, já que, às vezes, era uma questão de segundos para que meu humor mudasse radicalmente, com direito à lágrimas e berros.
Mas o dr. Becker nos certificou de que aquilo era normal.
Aparentemente, Heather estava começando a ter um pouco de medo de mim.
Claro que grande parte das vezes, quando brigávamos (sempre por motivos idiotas, porque meu humor resolvia entrar em crise) ela não respondia o que responderia normalmente só porque tinha medo que, insistindo na discussão, meu nervosismo atingisse níveis perigosos para a gravidez.
Mas em alguns momentos eu realmente a notava um pouco tensa, sendo excessivamente gentil e mansa.
E mesmo que isso só me enervasse mais, ela parecia decidida a bancar o tipo de namorada "tudo-que-você-quiser,amor".
Ameacei-a de morte algumas vezes, e talvez porque eu parecesse sincera, em determinado momento ele passou a me sufocar menos.
Me senti vitoriosa apenas até o momento em que seu pequeno afastamento trouxe uma sensação completamente absurda de abandono.
Depois de muito drama, nós duas conseguimos balancear as oscilações que meu humor sofria, e então ela sabia quando era a hora de se afastar e quando era a hora de grudar em mim.
- Amor? - Ela gritou assim que ouvi a porta da sala ser batida.
- Quarto! - Gritei de volta, ainda me encarando no espelho enorme do closet apenas de calcinha e sutiã, exatamente o que estivera fazendo durante os últimos dez minutos.
Heather entrou já com o blazer na mão, desfazendo o nó firme da gravata em seu pescoço e parecendo cansada.
Não me mexi, ainda encarando o espelho.
Esperei que ela se pronunciasse parada ali atrás de mim, também encarando o nosso reflexo.
- Tudo bem? - Ela perguntou, me olhando como quem olha uma granada prestes a explodir.
Assenti com a cabeça, lutando contra o biquinho pré-choro que começava a se formar no meu rosto.
Ela obviamente percebeu que não estava tudo bem, e por isso se aproximou, beijando meu pescoço de leve enquanto jogava despreocupadamente seu paletó e sua gravata em algum canto, envolvendo seus braços em mim logo em seguida.