Um romance sobre duas garotas.
Heather Colemann (Interssexual) é uma grande empresária que mexe com grandes negócios.
Laura Clark Rampsey é uma prostituta de luxo, que apesar de se sentir extremamente mal por isso, não encontra uma saída para sair d...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
LAURA. ~x~
- Está nervosa?
- Não. - Menti categoricamente.
Eu estava nervosa.
Heather e eu estávamos no carro dela, indo ao obstetra com os resultados dos exames.
Para manter nossa calma - ou pelo menos tentar - decidimos não ler nada antes do próprio médico, porque se houvesse alguma observação fora do "normal" naqueles laudos, mesmo que não fosse nada demais, não entenderíamos os termos médicos e acabaríamos em pânico, talvez à toa.
Por isso, os envelopes ainda estavam lacrados.
Tanto os exames relacionados à minha saúde quando o exame que informava o sexo do bebê.
- Eu estou. - Ela falou, tentando manter os olhos na rua à frente.
Heather não precisava sequer anunciar aquilo:
Estava óbvio.
Me senti um pouco mal por talvez ser a responsável por não gerar o nosso filho da forma correta.
Eu rezava para todos os santos que não houvesse nada naqueles exames, para que o bebê não corresse riscos, principalmente porque ele era a coisa mais importante do mundo agora, mas também porque eu jamais me perdoaria caso algo acontecesse a ele.
Porque a culpa seria minha.
- Não vai dar nada... - Falei, um pouco baixo, tentando convencer a mim mesma que era bobagem se preocupar.
Se houvesse algo, os exames anteriores teriam apontado.
- Claro que não. - Ela falou ao meu lado, apoiando a mão direita na minha perna e aplicando ali um pouco de força, como se quisesse me passar confiança.
Ainda assim, não foi difícil notar o vacilo de insegurança no sorriso que ela deu.
Fiquei calada o resto da viagem.
Ela fez o mesmo.
Qualquer palavra que soasse entre nós duas naquele momento parecia como uma fagulha na pólvora, nos aproximando de uma explosão de nervos a cada segundo.
Quando chegamos, nosso nervosismo pareceu se intensificar.
Tentei parecer calma, porque se a Heather percebesse meu estado provavelmente entraria em desespero, dizendo que aquela tensão toda acabaria prejudicando o bebê.
E eu acreditaria, e entraria em pânico também.
E então seríamos duas mães desesperadas à beira de uma síncope.
- Bom dia, Laura. Heather.
Nos sentamos, e me deixei levar pela aura de positividade e animação do dr. Becker.