Anyway, love!

51- Chance

Thahan suspira, é um pouco mais alto que o pai, então inclina o corpo novamente e apoia a testa no ombro do mais velho que volta a abraçá-lo.

- Posso... que merda... É claro que eu posso.

- Bom garoto- Arthit sorri e faz carinho na cabeça do filho...

- Eu não sou um cachorro. Sabe disso né?

- As vezes parece...

Thahan finalmente sorri e aperta mais o abraço, se sente uma criança agora.

- A pessoa que estou vendo, não estou só vendo pai, a gente... Bom estamos namorando.

- A sério?

- Sim...estamos pensando em morar juntos até.

- Thahan...

O pai se afasta novamente, olha o filho nos olhos. Aquilo é um grande passo, nem terminou a faculdade, acaba de mudar de emprego, precisa voltar ao tratamento psicológico e tá querendo sair de casa? Quem esse garoto pensa que é? Arthit está pronto para brigar novamente, mas o olhar marejado de Thahan o impede.

- Hoje ele vai me apresentar para a mãe dele, vamos devagar eu prometo, eu vou contar a ele sobre meu problema e apresentar a você e a mamãe ok?

- É, um começo... amanhã? Almoço?

-vFort? As crianças correndo? Fa Ying testando receitas doidas? Mamãe em cima do meu namorado como um abutre?

- Sim, vai ser desse jeito. -Arthit ri imaginando a cena- E eu vou ver se esse cara vale a pena, não posso entregar o meu filho para qualquer um...

- Pai, você entregou Fort para o Boss, o Boss, tem alguém mais esquentadinho?

- Primeiro vou conhecer esse rapaz, não pense que vou ser fácil assim na frente dele.

- Poxa, vai assustar meu namorado. A gente não acabou de ter uma boa conversa aqui?

- Eu nem aprovei esse namoro ainda, pode ir se acalmando- O pai se vira para mesa e pega o vidro de remédio, entrega na mão do filho que não reluta em aceitar dessa vez, com um suspiro um pouco mais longo Thahan guarda o vidro em sua mochila, é uma rotina que vai voltar a ter, mas provavelmente é o melhor nessa altura, depois de tudo que aconteceu na praia com Max, com Eric, no geral não vê os limites quando está em crise, mas os limites existem.

Ainda sente uma grande aversão por Max, ainda sente a necessidade de assustar Eric, mais maior que isso, sente a necessidade de retroceder e se cuidar, como vai contar para Eric sobre essa merda de problemas que acabou despertando dentro de si novamente? Mas precisa, para ser mais feliz, e no fundo não vale a pena se Eric estiver ao seu lado com aquela expressão tão abatida, então vai lutar para ver nos olhos de quem ama a mesma expressão da primeira vez deles no restaurante, agradece mentalmente o pai, ainda quer discutir e brigar por outros motivos, mas nesse momento o pai é um alicerce no qual ele quer se firmar.

- Vem vou te pagar um café e conversamos mais, pode ser? - Arthit bate de leve no ombro do filho.

Thahan olha a agenda, o próximo atendimento é dali 40 minutos, sábado é bem parado na clínica veterinária.

- Com bolo?

- Pode ser, chocolate?

- Morango...

- Você só come morango agora garoto? -Thahan sorri de canto e da os ombros-. OK, ok, morango...

Sua personalidade mudou de novo e vai mudar de novo daqui a pouco e de novo mais tarde, como Eric vai receber essas coisas? No fundo mesmo sendo bastante destemido o tempo todo, agora depois da conversa bara intervenção do pai, sente medo.