Anyway, love!

37- Acostumar

- SURPRESA!

A voz sumiu, na sala totalmente iluminada agora estão rostos conhecidos, mas o que chama atenção não é aquelas pessoas todas reunidas com sorrisos amplos enquanto espalham confetes em sua direção, o que chama atenção não é Khai com com um bolo gigante quase maior que ele nos braços, ou a briga entre Teh e Top para ajudar o menor a equilibrar o doce com uma linda vela em formato de coração em cima. O que chama mais atenção não é que a sala está tomada por flores por todo canto, não tem um espaço sem flores. O que chama mais atenção não  é Max com sua câmera registrando aquele belo momento. O que realmente chama atenção é um homem que já não é tão jovem, de joelhos no meio da sala, vestido num lindo terno branco, segurando uma pequena caixinha prateada.

Max corre até o amigo e o puxa para dentro, levando ele até o meio da sala, frente a frente com seu hia. Todos ficam em silêncio agora, alguns até prendem a respiração.

Klahan sabe que já desceu todos os níveis possíveis por aquele garoto, então fazer o que está fazendo agora não o deixa constrangido de forma alguma, pelo contrário, lhe faz bem.

- Tem umas coisas com as quais eu sei que você não está acostumado, mas eu quero que se acostume com elas de agora em diante.

- Quais coisas hia?

- Quero que se acostume a receber flores, que se acostume a se reunir com quem te ama no seu aniversário, quero que se acostume a ter uma família que vai além de laços de sangue, quero que se acostume com a vista para o mar nos fins de semana e dias de relaxar, quero que se acostume a usar esse anel...-Klahan abre a pequena caixa mostrando o conteúdo delicado, duas alianças cor prata parecem ter pequenas pedras que as faz brilhar cada vez que se movem. Os olhos de Pawat se iluminam de imediato- Quero que se acostume que sou ciumento, mas não louco, eu juro. -Pawat sorri entre as lágrimas- Se acostume a me chamar de marido, se acostume a viver sem medo de que a vida pode acabar a qualquer momento. Eu te amo Pawat, te amo mais que tudo criança, então você pode se acostumar comigo?

As lágrimas descem livres pelo rosto de Pawat que acaba rindo desse pedido inusitado.

- Essa pergunta não deveria ser: Você quer se casar comigo?

- Sim eu aceito...-Klahan responde, se levantando rápido e abraçando com força o mais novo que não sabe se ri ou chora agora.

- Ei está fazendo isso errado...

- Eu já disse que aceito, não vou voltar atrás.-Segurando a mão do estudante Klahan coloca uma das alianças. -Minha marca, está vendo?

- Todos vão ver...-Pawat também coloca a outra aliança na mão do mais velho, que segura seu rosto e beija de leve seus lábios, sussurrando logo em seguida.

- Casa comigo, sim? Agora fiz certo?

- Fez tudo certo...

Pawat se agarra com força ao seu namorado, noivo, marido, não podia estar mais feliz. Mesmo que o casamento não fosse oficial, mesmo que fosse uma cerimônia simbólica o que fizessem, era perfeito de qualquer modo, seriam esposos um do outro e ninguém podia negar ou separar.

- Eeeei esse bolo tá pesado.

Khai tenta colocar o bolo em uma mesinha de canto, Sinn no fim é quem corre ao seu socorro. Top e Teh estão trocando olhares nada amistosos. Do lado de fora com a bela vista do mar Sinn tinha preparado uma bela mesa cheia de guloseimas.

A tarde diferente da noite anterior foi agradável, a mãe e tio de Pawat chegaram mais tarde, e também Bean e a esposa vieram comemorar com o primo, fizeram uma pequena cerimônia simbólica com a ajuda de Sinn, Pawat conseguiu se livrar do moletom antes da cerimônia graças a Chai que foi o único que imaginou que o rapaz iria em uma casa fechada com roupas simples. Foi tudo perfeito aos olhos de Pawat, era o melhor aniversário que teve, não podia nem iria deixar de fazer seus álbuns, mas de agora em diante queria mudar o pensamento de que fazê-los ajudaria Klahan após sua morte, não podia mais pensar na morte, era uma promessa que foi selada com a troca de alianças.