16. Noite de Desenho

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Na quarta-feira, antes da festa que Saleiro iria dar, eu estava distraidamente em casa, olhando minhas redes sociais

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Na quarta-feira, antes da festa que Saleiro iria dar, eu estava distraidamente em casa, olhando minhas redes sociais. Então, naturalmente, apareceu-me um anúncio em letras garrafais que dizia: VOLTE A DESENHAR, prometendo técnicas de desenho para quem lhes desse o cartão de crédito. Senti uma fisgada no estômago. Ouvi um sussurro suave na orelha: desenhe a Cecília, desenhe, desenhe e lhe dê...

Era minha mãe fantasma me dando outro conselho. Não desenhava desde o fatídico desenho em branco e preto de Samanta. Será que ainda sabia desenhar? Pensava eu, na altura, sem saber o que fazer ao certo. Fui dormir pensando nas palavras de Anastácia e acordei decidida ao menos tentar o desenho.

Durante o almoço, aproveitei o tempo livre do Bom Tempero e fui rapidamente a uma loja de artesanato comprar lápis apropriado para sombreado. Saí de lá com um 2B, 4B, 6B e 9B, um de cada, que eram os lápis que eu costumava a usar quando era adolescente. Logo então voltei a trabalhar e admito e que passei esse dia ansiosa para tentar o feito.

Assim que peguei o elevador e cheguei no meu apartamento, deixei qualquer outra tarefa para trás e coloquei meu foco em encontrar uma boa foto de Cecília para desenhar. Ela era tão linda que era muito difícil escolher apenas uma única foto. Mas, no final, acabei ficando com uma foto de rosto dela, já que minha especialidade na juventude eram os retratos.

Segurei o lápis 2B com minha mão esquerda, empunhei na sulfite. Comecei a rabiscar e apagar com a borracha até chegar num esboço de cabeça. Mais uma odisseia de riscar e apagar até chegar ao que se parecia seu cabelo. Desenhando e apagando, finalmente cheguei aos olhos e sobrancelhas, sem usar nenhuma técnica. Então, veio o nariz e a linda boca. Com o lápis 4B sombreei a região dos olhos, preenchendo levemente os olhos claros. O restante do rosto utilizei lápis 6B, e o 9B para o cabelo e a jaqueta abaixo do pescoço. Cuidadosamente, com papel higiênico, esfumei os traços até deixá-los o mais natural possível. Depois de uma noite virada, regada a alguma cerveja, estava lá, o belo resultado. Era amador, mas muito bom. Fiquei satisfeita com o resultado. Estava digno de ser dado para Cecília, embora eu a temesse. A garota era como gasolina em mim. Será que conseguiria disfarçar meu amor por ela?

Se eu fosse direta demais, certamente perderia qualquer chance. Portanto, iria dizer a ela que fiz o desenho em admiração à música dela e, assim, pareceria de fã para ídolo, não de apaixonada por objeto de amor. Bem, minha mãe sabia o que fazia.

 Bem, minha mãe sabia o que fazia

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Café Amargo 2 - O Reencontro (Duologia Cafés Parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora