Epílogo

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Orgulhosa de mim mesma, salvei o arquivo de Café Amargo - O Reencontro na pasta dos meus livros de autoria

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Orgulhosa de mim mesma, salvei o arquivo de Café Amargo - O Reencontro na pasta dos meus livros de autoria. A Duologia Cafés finalmente estava concluída. Gosto de acreditar que o livro dois vai ser um sucesso tão grande quanto seu antecessor, o Café Amargo - A Morte Mão Amiga, que um dia foi apenas rabiscos em itálico num caderno de finanças. Quem diria que um dia algum cristão poria isso a venda? A vida tem seus nuances irônicos. Ao que parece, as pessoas gostam de uma boa fofoca. E, bem, agora minha vida se tornou livro.

Olhei para a minha aliança dourada reluzindo no anelar esquerdo. Lembranças do meu casamento com Cecília Braga Nunes datada de pouco menos de meses vieram à minha mente. Memórias de ouro. Casamo-nos no dia do aniversário do nosso guitarrista favorito, o Mark Jansen, no dia 15 de dezembro de 2044. Foi uma festa simples, num bosque no interior de Lisboa. Até o durão do Saleiro chorou quando nos beijamos.

- Ju, faltam cinco minutos para a nossa live começar. Vem cá para a sala rápido! - Cecília gritou da sala da nossa casa, e eu me apressei em desligar o computador. Ainda bem que eu tinha conseguido terminar o Epílogo a tempo. A editora não dava mole para mim agora que tinham me contratado.

Certifiquei-me de que minha jaqueta estava bem vestida no espelho. Peguei meu Ibanez e fui apressadamente do quarto à sala antes que me atrasasse de verdade.

- Qualé, Ju, demoraste uma eternidade! Transmitimos em dois minutos. Preparada? - Sorriu Cecília.

- Não, amor, definitivamente. - Encarei-a tensa. - Você faz isso sempre, o máximo que eu faço é assinatura em livro! Também, eu nunca fiz ao vivo e...

- Parou Ju - interrompeu-me ela. - Tua professora tem dedos fatais, então tu também os tens! - Ela me deu um selinho. - Confiança, olha para a câmera e faz! - Vamos começar agora mesmo.

Sentei-me no sofá, coloquei o violão sobre o colo, em posição de tocar. Puxei de memória alguns acordes e solos.

- Boa noite a todos, queridos e queridas, que assistem hoje a live acústica especial do mês. Sou a Cecília Braga Nunes, multi-instrumentista e cantora, e para os novatos do canal, já se inscrevam, gostem e partilhem meu perfil para teus amigos. Como podem ver, no show de hoje temos uma convidada super especial, a Sra. Nunes, minha esposa! - E ela riu do jeito que me chamou, mostrando-me ao público. Timidamente eu acenei e sorri.

- Juliana, pára de ser caipira e diz algo ao pessoal! - Ela olhou para mim ao meu lado do sofá, simulando um semblante de indignação.

- Oi, gente! - E me reverenciei. - Sou a Juliana Milani Vieira e antes que me perguntem, sim sou brasileira!

- E o sotaque dela é muito fixe, pessoal - comentou Cecília, tirando-me uma risada.

- Além de ser a Sra. Nunes - ri ainda mais -, sou escritora e arrisco tocar e cantar. Uma observação: minha professora tem dedos fatais! - Apontei para Cecília, que riu sem jeito.

- Então, pessoal, hoje vamos fazer uma live com clássicos acústicos do metal juntas. Mas antes vamos cantar e tocar uma música brasileira em homenagem a Sra. Nunes! - disse ela, empolgadamente.

- Acho que passou a ser minha música pessoal, depois que superei meus fantasmas internos. Achei que seria especial aquecer a live com ela. Chama-se Balada Do Louco. Vamos lá, amor?

- A hora que quiseres!

Começamos a introdução. Cecília entrou primeiro sozinha:

- Dizem que sou louca por pensar assim

Se eu sou muito louca por eu ser feliz.

Mas louco é quem me diz

E não é feliz, não é feliz.

Ela deu voz a mim:

- Se eles são bonitos, eu sou Sharon Stone

Se eles são famosos, I'm a Rolling Stone.

Mas louco é quem me diz

E não é feliz, não é feliz.

Entramos juntas, em seguida:

- Eu juro que é melhor

Não ser o normal

Se eu posso pensar que Deus sou eu.

Se eles têm três carros, eu posso voar

Se eles rezam muito eu sou santa!

Eu já estou no céu.

Mas louco é quem me diz

E não é feliz, não é feliz.

Eu juro que é melhor

Não ser o normal

Se eu posso pensar que Deus sou eu.

Sim sou muito louca, não vou me curar

Já não sou a única que encontrou a paz.

Mas louco é quem me diz

E não é feliz, eu sou feliz.

Arrematamos o final da música. Olhamo-nos.

- Sim, agora eu sou feliz! - falei para a câmera esboçando um grande sorriso.

- Sim, agora eu sou feliz! - falei para a câmera esboçando um grande sorriso

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FIM

Café Amargo 2 - O Reencontro (Duologia Cafés Parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora