Capítulo 113

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POV CLARA

A noite está quieta, apenas o suave sussurro da brisa entrando pela janela aberta que balança suavemente as cortinas. Eric, meu marido, está dormindo ao meu lado. Seu semblante tranquilo, iluminado pelo luar que invade o quarto, traz um sorriso aos meus lábios enquanto eu o observo em seu merecido descanso.

Aconchego-me mais na cama, sentindo o calor reconfortante do edredom. Tudo parece perfeito, sereno. Mas então, o som do meu celular vibrando sobre o criado-mudo rompe o silêncio da noite. Minhas mãos tateiam o objeto até que meus dedos encontram o aparelho e eu o pego, olhando para a tela para ver quem está me ligando a essa hora.

"Guilherme" é o nome que brilha na tela do telefone. Meu coração dá um salto, um frio percorrendo minha espinha. Não há motivo para ele me ligar a essa hora da noite, a menos que algo esteja terrivelmente errado.

Com um toque trêmulo na tela, atendo a chamada e aproximo o telefone do meu ouvido, tentando controlar o nervosismo em minha voz.

— Guilherme, o que está acontecendo? Por que está me ligando tão tarde? — minha voz sai um pouco mais rápida do que eu gostaria.

— Clara... — A voz de Guilherme do outro lado da linha soa embargada, repleta de dor e angústia. Cada palavra é pronunciada com dificuldade, como se ele estivesse lutando para encontrar as palavras certas.

Minha preocupação aumenta instantaneamente ao ouvir o tom de voz dele.

— Guilherme, o que aconteceu? Você está me assustando. — Minhas mãos apertam o telefone com mais força, meu coração acelerando.

Há uma pausa solene do outro lado, como se ele estivesse tomando fôlego para o que precisa dizer. A espera é agonizante, e eu sinto uma sensação de apreensão crescendo dentro de mim.

Finalmente, Guilherme fala, sua voz carregada de tristeza profunda:

— Clara, é o Henry... Ele... ele se foi.

As palavras dele atingem como um soco no estômago. Meu coração parece parar por um momento, e o mundo ao meu redor parece desaparecer embaçado. Henry? Meu querido amigo Henry? Não pode ser verdade. Isso não pode ser real.

— D-Do que você está falando, Guilherme? Como assim o Henry se foi? — pergunto, minha voz tremendo e meus olhos se enchem de lágrimas enquanto a terrível compreensão começa a se infiltrar em minha mente.

Guilherme soluça do outro lado da linha, a dor palpável mesmo através do telefone.

— Ele... Ele está morto, Clara... Henry está morto...

Sinto um nó na garganta, como se as palavras de Guilherme tivessem envolvido meu coração com uma mão gélida. A realidade parece distorcida, como se eu estivesse presa em um pesadelo que não consigo acordar. Minha mente luta para processar as informações enquanto uma enxurrada de emoções me invade: choque, tristeza, negação.

— Não... não pode ser verdade... — minha voz sai em um sussurro entrecortado, como se a simples articulação das palavras fosse um esforço monumental.

A imagem de Henry surge em minha mente, sua risada calorosa, seu sorriso gentil. Não posso acreditar que ele se foi, que nunca mais verei meu melhor amigo.

Guilherme continua a falar, mas suas palavras são um borrão distante, abafadas pela dor que se espalha por todo o meu ser. Minha visão embaça enquanto lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Eric, que dormia tranquilamente ao meu lado, começa a acordar, percebendo a agitação ao meu redor.

Ele me olha com preocupação, sua voz embriagada pelo sono.

— Clara, o que está acontecendo? — ele pergunta, esfregando os olhos.

O Fruto Proibido (Professor e o Bad Boy) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora