𝗝𝗼𝘃𝗲𝗻𝘀 𝗦𝗼𝗯𝗿𝗲𝗻𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝗶𝘀: ᴜᴍ ɪɴɪᴍɪɢᴏ ɴᴀs sᴏᴍʙʀᴀs

23. Cemitério

Josh estacionou o carro em frente à sua casa, ele ficou alguns minutos dentro do veículo processando o que aconteceu durante a noite, logo depois que Lobo Alpha se transformou em corvos e sumiu em meio a escuridão noturna, os jovens convenceram Grace de não contar a verdade sobre a morte de sua mãe para as autoridades.
Quando os policiais chegaram e as perguntas começaram a surgir para o grupo. - "Quem matou ela? Vocês viram quem foi? Precisamos de seus depoimentos." - Eram tantos questionamentos.
Os jovens haviam concordado em dar a mesma resposta aos policiais: Era uma pessoa toda de preto e usava uma máscara, quando chegamos no corredor, o assassino estava limpando as luvas sujas des sangue, e depois fugiu quando nos viu. Era uma mentira necessária, pois contar a verdade completa poderia colocar mais vidas em perigo, e os policiais provavelmente não acreditariam em tudo o que aconteceu e o que estava acontecendo em baixo de seus narizes.
Depois que pegaram os depoimentos, as autoridades os liberam, o corpo da mulher foi levado para o necrotério do hospital. Eles se despediram e foram para casa, Samila e Tom foram juntos, Josh levou Juan até em casa, já Grace preferiu ficar no hospital e esperar seu pai.

O garoto saiu do carro e foi em direção a casa, subiu os poucos degraus que davam no portal de madeira da varanda, ele andou na pontas dos pés, com cuidado, abriu a porta sem fazer barulho e entrou, Josh encontrava-se agora no hall da estrada e a escada de madeira escura, que levava ao segundo andar, estava a menos de dois metros, quando o garoto deu o primeiro passo rumo aos degraus, uma voz soou vindo da sala.

- Josh?

- Sim. - Ele respondeu quase hesitando.

- Venha até aqui - pediu sua mãe com a voz calma, mas ele já sabia que isso não era um bom sinal.

Ele andou até a ampla entrada à sua direita e desceu o degrau que levava à sala. O cômodo
estava mergulhado em uma escuridão, iluminado somente pela dança das chamas na lareira, ele avistou sua mãe, sentada em um dos sofás marrons. Olívia, com os olhos fixos nas chamas que aqueciam a sala, acariciava sua gata branca, aninhada carinhosamente em seu colo.

- Sente-se. - Ela ordenou, fazendo o garoto andar rapidamente até o assento. - Onde você estava, Josh?

- No hospital com meus amigos, fomos visitar a Júlia. - Josh respondeu, um pouco intimidado.

- Sabia que existe algo chamado celular? - A mulher o encarou, colando a gata ao seu lado. - Você poderia ter avisado que iria chegar tão tarde, já são dez hora da noite. - Ela apontou para o relógio na parede, que estava acima da lareira.

- Eu me esqueci. - A mulher quase riu, mas continuou seria.

- Esqueceu, sério? - Ela riu com sarcasmo,
levantando-se e ficando em pé em frente ao garoto.
- O que será que você estava fazendo que te deixou tão entretido, ao ponto de não avisar onde estava e a que horas o mocinho, ia chegar.

- Desculpa e que aconteceu uma coisa muito grave...

- Que coisa? - Olivia o interrompeu.

- Alguém matou a Graciela.

- Como assim? Explique isso direito.

Josh olhou no fundo dos olhos castanhos de sua mãe e contou a mesma história que havia falado
para os policiais, sem revelar a verdade por trás de tudo. Ela ficou chocada com o que ouviu.

- Agora posso ir? - perguntou o garoto.

- Claro.. - Quando Josh já estava quase no hall, ela acrescentou. - E amanhã bem cedo, se arrume, vamos ao velório dela.

- Okay, boa noite.

- Josh.

- Sim. - Ele voltou sua atenção na mulher.