𝗝𝗼𝘃𝗲𝗻𝘀 𝗦𝗼𝗯𝗿𝗲𝗻𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝗶𝘀: ᴜᴍ ɪɴɪᴍɪɢᴏ ɴᴀs sᴏᴍʙʀᴀs

24. Cão flamejante

A besta de fogo rondava o mausoléu onde os seis jovens estavam escondidos. Todos estavam apavorados com aquele cão assustador à espreita do lado de fora.

— Que bicho é esse? — perguntou Grace, encostada na porta, assim como os outros, bloqueando o monstro que tentava entrar.

— Não sei — respondeu Josh, tentando se lembrar de algo dos livros que já tinha lido. — Mas sei que ele quer entrar. Acho que isso é obra do Lobo Alpha.

— Quando vamos ter nossas vidas de adolescentes normais de novo? — Os olhos de Tom estavam fixos no interior do mausoléu e nos caixões nas paredes.

— Parece que nunca — bufou Samila, revirando os olhos. — E além disso, somos seres sobrenaturais. O único adolescente normal aqui é o Biel — apontou.

Josh lentamente olhou pelo buraco da fechadura da enorme porta de madeira. A besta andava em frente a ela, com sua cauda de fogo balançando de um lado para o outro, e o cheiro de fumaça era intenso. Mas um grunhido que parecia mais um uivo chamou a atenção dele. No entanto, o som não vinha da besta; vinha de dentro do mausoléu.

— Quem fez esse barulho? — perguntou, franzindo a testa.

— Foi o Tom? — respondeu Biel com a voz trêmula.

— Tom?

O garoto estava encolhido no canto da parede, com a cabeça encostada nos joelhos, emitindo uivos que pareciam de um animal selvagem. Os outros jovens fitaram ele com expressões de , sem saber o que fazer diante de seu comportamento estranho e assustador.

— O que foi, Tom? — Juan se aproximou e tocou em seu ombro. — Ei, cara, o que você tem?

— Se afastem! — Ele olhou para os outros jovens, deixando-os apavorados e com arrepios pelo corpo.

Suas íris assumiram uma tonalidade prateada e cintilante, como o brilho da lua cheia. Suas quatro presas estavam longas e afiadas, suas unhas se alongaram em forma de garras. Com uma rapidez sobrenatural, ele avançou em direção a Josh, segurou seus ombros e inclinou sua boca em direção ao pescoço do bruxo. Josh sentia o hálito quente dele em sua pele. Então, Tom sussurrou:

— Levem a besta para longe, por favor — implorou, segurando seus instintos predatórios. — Essa criatura, com a fumaça que ela libera, está forçando que eu me transforme.

— Ok — respondeu, tentando acalmar o garoto.

Tom soltou Josh e se ajoelhou novamente no canto da parede, lutando para controlar seu lado lobisomem, que estava tentando emergir a todo custo. O jovem sentia uma enorme vontade de despedaçar tudo ao seu redor.

Josh se aproximou da porta e pediu que todos parassem de segurá-la, mas os garotos arregalaram os olhos e não obedeceram.

— Você está ficando maluco — resmungou Samila, enquanto empurrava a porta com o ombro. — Você não pode abrir, aquela besta vai entrar.

— Abram, eu vou levar aquele cão para longe, ele está afetando o Tom. — explicou, colocando a mão na fechadura.

— Eu vou junto — disse Juan, com sua voz firme, se voluntariando.

— Então vou também, sou rápida e posso ajudar — ela olhou para os dois e revelou sua face de vampira.

— Biel e Grace, fiquem com ele. — O bruxo apontou para Tom, que estava encolhido.

Eles concordaram com um aceno de cabeça.

Assim que os três saíram, os jovens fecharam a porta do mausoléu e então se aproximaram da besta flamejante, parando a poucos metros dela. A criatura os fitava e uivava para os jovens.
Samila olhou para os bruxos e, sem aviso prévio, avançou na direção do cão. Em um movimento rápido, ela montou nas costas da besta, agarrando-se à sua corcova.