XXI - Auge

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Toda a torcida Divina comemora, tanto os Deuses Olímpicos, quanto os Deuses de todos os panteões, eufóricos com o resultado da luta, que genuinamente estavam descrentes da vitória de seu representante.

— Certamente a rodada com mais reviravoltas! Mas como tudo que é bom dura pouco, temos em fim a conclusão! No final de uma feroz corrida, aquele ainda de pé é este homem! O Deus da Velocidade, e ser mais veloz que existe, Hermes!!! — Narra a Deusa da Vitória, finalizando a terceira rodada com chave de ouro.

A torcida Divina comemora novamente, enquanto Hermes se mantém com o braço levantado, saindo da arena, indo até a porta, mas mancando demais devido às dores. 

— Droga... Ayrton Senna do Brasil... — Diz Alain Prost, começando a derramar lágrimas — MERDA!!! Por que você... SE FOI DESTA MANEIRA!!! Seu maldito!

— Acalme-se, Prost — Responde Roland Ratzenberger, colocando a mão no ombro dele — Ele sabia desde o começo que estava fadado a isso, então não devemos nos culpar por algo que ele escolheu fazer. O correto aqui... É apenas homenageá-lo. Será bem melhor do que apenas chorar...

Os pilotos não ouvem o Austríaco, e começam a buzinar sem parar, deixando quase todos da plateia quase surdos devido aos barulhos constantes. Lágrimas e mais lágrimas são soltadas pelos esportistas, que fazem de tudo para honrar seu representante.

— O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO??? O SENNA DEU TUDO DE SI PARA A FÓRMULA 1 QUE ELE TANTO AMOU!!! — Reclama o Austríaco, irritado com a atitude de seus companheiros.

— Sabemos disso, no entanto... Se você é um piloto de fórmula 1 que nem ele, é melhor homenageá-lo conosco... Essas atitudes nossas refletem a frustração que temos com este injusto resultado da rodada! — Responde o Francês, apertando bem forte a buzina.

Eles continuam a fazer isso... Enquanto seus rostos e almas derramam em lágrimas. Os pais de Ayrton Senna choram como nunca, e todo e qualquer esportista que já existiu também. Ayrton Senna da Silva, para eles, é Ayrton Senna do Brasil, que os representou, e mesmo na derrota motivou-os, e mostrou que com amor ao que um homem faz, ele é capaz de atingir níveis impossíveis para alguém da própria raça. Esta foi a performance do mais veloz humano que já existiu.

É dito que aquele show de buzinas feitas pelos pilotos de fórmula 1, foi como um funeral para seu ídolo. Ecoando através das paredes de todo o paraíso...

— Hehe... Um homem incrível como ele, certamente teria uma companhia à altura — Diz Hermes, impressionado com o quão leais os pilotos são ao seu representante, enquanto caminha pelo corredor da entrada da arena, e na mesma hora vê seus amigos do Olimpo, junto de Nike, a narradora da corrida.

— Ei, irmão! Como você se sente? — Pergunta Apollo, seu tão amado irmão, recebendo-o nos braços quando ele quase cai — Sempre descuidado, né... Irmãozinho.

— Me perdoe por ser deste jeito... Eu peço genuínas desculpas a todos vocês, por ter feito minha própria personalidade me ferrar durante toda essa corrida.

— Não se preocupe por isso, filho, o importante é o seu amadurecimento, e o fato de você ainda estar aqui para que possamos lhe aconselhar — Responde Zeus, dando um abraço em seu amado filho — Eu genuinamente pensei que você poderia não estar mais aqui.

— Aquele humano... É alguém que eu jamais terei a chance de ver de novo. Uma experiência única, vinda de alguém único... Me orgulhei demais de mim mesmo durante a corrida, porém agora eu tenho outro orgulho... O orgulho de ter sido o maior oponente de alguém como ele, e dele ter sido meu maior oponente.

— Hahahahaha! — Riem os Olimpianos.

— Estou chocada de como você consegue sorrir mesmo estando neste estado. Você é mesmo alguém difícil de mudar — Diz Nike, apoiando o braço de seu parceiro veloz — Vamos lá, cara, te levarei para fora.

Guerra Entre RaçasOnde histórias criam vida. Descubra agora