XLVI - Sacrifícios

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Há mais de trinta mil anos atrás, quando os primeiros humanos migraram para o que hoje é o México, um vilarejo começou a se formar na região, e é aqui que começa a nossa história. Uma família deu a luz a um filho, e tudo parecia bem para o povo.

Essa criança nasceu bem e saudável, e assim como o resto de seus familiares cultuava as Divindades que hoje são conhecidas como Deuses Astecas. Em toda a região da América, existiam três panteões principais, sendo eles o Inca, Maia e Asteca.

Um tornado havia atingido a região, e logo a criança maravilhava aquilo, porque mesmo causando prejuízo para sua vila, era algo literalmente Divino: — Uau! A serpente emplumada, Quetzaocoatl, está aqui! Que demais!

As outras pessoas achavam muito estranho, porém não questionavam. Essa mesma criança vivia treinando para se tornar mais forte, afinal sabia que, em algum momento, os Deuses poderiam cobrar os seres humanos, e foi exatamente isso que ocorreu.

Outra forte ventania cobriu o vilarejo muitos anos após, mas ele, já adulto, e com um físico invejável até para os dias de hoje, encarou de frente a Deusa, que mostrava-se para o homem. Ela disparou fortes rajadas de vento, o que causou bastante estrago ao corpo do mesmo.

Apesar de muito mais forte, a Deusa se impressionou com o homem, então poupou ele e seu vilarejo, em troca de algo: — Eu permitirei que vocês vivam, desde que, em troca, você venha comigo. Esse ataque que fiz foi um teste para ver se possuía alguém digno de se tornar uma Divindade, e parabéns, você conseguiu!

— Muito obrigado, Divindade! Espero só que não ataquem mais a nós. Eu prometo cumprir qualquer ordem que me der, se em troca deixar meu povo em paz!

O resto das pessoas parabenizaram-no, e ele logo após foi junto de Quetzaocoatl para o Valhalla, tendo bebido do sangue do Deus Camazotz, para ascender como uma Divindade. Sua pele se tornou azul, e logo os outros Deuses entenderam o motivo.

— Entendo... Então o seu animal símbolo é o beija-flor? Hahaha, que patético, mas esperado de um ex humano! — O Deus Xolotl caçoava, mas ele não ligava.

— É claro, eu me sinto como um beija-flor. Jamais faria qualquer mal para alguém, e em troca do que me deram, eu juro guiar os Mexicas para o melhor caminho!

Essas falas eram entendidas pelos outros Deuses, que então deram a ele o cargo do sol. Ninguém queria esse posto no panteão, afinal não queriam ter que iluminar toda a população, mas como era o objetivo dele, virou a função de Huitzilopochtli, o novo Deus Asteca.

Sua primeira e principal ação foi voltar a Midgard, se encontrando com os Mexicas, e logo os iluminava, fazendo seu culto aumentar. O povo adorava o sol, e seguiam as mensagens que o mesmo mandava.

"Deixem a região de Aztlan, e caminhem rumo a outro local. Se irem mais ao sul, encontrarão uma terra própria para todos vocês, onde formarão um império. O lugar que falo será encontrado se vocês um dia verem uma águia devorando uma cobra em um cacto. Encontrem isso, e poderão ser uma nação poderosa".

A migração do povo foi longa e difícil para muitos, mas eles enfim encontraram a cena da águia devorando a cobra, e lá formaram uma civilização, na cidade nomeada de Tenochtitlan. A nação foi lentamente crescendo conforme o Deus Huitzilopochtli ordenava e guiava os mesmos, e todos eram agraciados pela Divindade.

Lentamente o povo ia se desenvolvendo e se tornando cada vez mais feliz, tudo graças ao Deus do Sol. Ele todos os dias dava tudo de si pelas pessoas, e isso ia instigando cada vez mais as outras Divindades.

— Impressionante ver como você basicamente é o único que se importa com eles, hahaha — Ria Quetzaocoatl, assistindo ele iluminá-los.

— Sinto ser porque minha relação com os humanos é bem mais forte que a com os Deuses... — Ele se questionava, olhando as pessoas fazendo seus afazeres — Sinto ser meu dever cuidar de todos que descendo. Não é nada mais do que o meu papel como Divindade!

Guerra Entre RaçasOnde histórias criam vida. Descubra agora