XVII - Flash dos Céus

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Alguém fez uma pergunta para um dos Deuses do Olimpo: Quem é Hermes para os outros Deuses?

— Ah, veja bem... — Responde Apollo, em uma espécie de sala de entrevista, sentado numa poltrona, tomando chá — É fácil falar sobre sua velocidade sem limites, sobre sua personalidade canastrona, inteligência geral e de batalha absurdo, e suas artimanhas na hora de lutar e correr. Mas não podemos dizer que é aí que reside sua verdadeira natureza...

—  Hum? "Por quê"? Nós, Deuses, ficamos cientes disto desde sempre... Logo ao seu nascimento, mas isso ficou bem mais claro após a nossa guerra com os gigantes... A "Gigantomaquia".

O nascimento dele foi algo bem normal para nosso pai tarado... Basicamente ele após a Titanomaquia, se apaixonou pela filha do Titã Atlas, a Titânide Maia, e como sempre, traiu a própria esposa no processo, gerando mais um filho bastardo... A essa altura, duvido que alguém ainda se surpreenda ouvindo um caso destes.

Porém logo após seu nascimento, ainda como um Deus bebê, ele já era super travesso, e se aventurava pelo mundo fazendo suas brincadeiras e peripécias... Este moleque mal havia aprendido a andar, e já havia roubado o meu gado, e queimado vivo todos os meus bois!!!

— Huh? O que aconteceu com as minhas vacas? — Perguntei, vendo um rastro de pegadas e esterco, e fui indo até o local onde ele se escondia e dormia — O que foi que você fez, pivete???

— Nada! Cof cof cof.

— Não minta! Eu sei bem que você roubou o meu gado, a sua aura e o sol dizem exatamente isso! Não ouse enganar o Deus das Profecias!

— Essa não...

Eu dei uma bela surra nele, no entanto, no fundo, eu estava maravilhado com o quão ardiloso um Deus bebê podia ser, e mesmo com a surra, eu e ele decidimos conversar:

— Irmão Apollo, me desculpa por isso... Eu só queria brincar com as suas vacas, não pensei que ficaria tão bravo, como posso me desculpar?

— Não necessita fazer nada, nem me prometer nada.

— Hum... Posso lhe dar algo em troca?

— Claro que pode, mas o quê, exatamente?

— Isso! — Ele me mostrou um presente que fez exatamente para mim, era um instrumento musical, feito de madeira e cordas bem finas. Eu o toquei, e gerei uma música tão bela com minha habilidade, que desde então, fui conhecido como além de tudo, o Deus da Música, e este artefato ficou conhecido como um dos meus principais símbolos, a "lira de Apollo".

— Muito obrigado por isso, irmão! Não consigo parar de tocar esta lira... Tudo ao meu redor é encantado por mim, olhe quantas ninfas, animais, e até mesmo Deusas se maravilham com minha bela canção!

— Hehehe! Foi feito para você, o Deus das Artes, Poesias e Caminhos! Além de sua habilidade luminosa e profética, obviamente conseguiria tocar este instrumento melhor do que ninguém!

— Muito obrigado... Agora sim, eu lhe perdoo pelo que fez com meus bois, então... Que tal eu lhe presentear também?

— Sério!? Eu quero, por favor!!!

— Hehe, calma calma, deixe-me pensar no melhor para você... — Meu pensamento não durou mais do que um nanosegundo — Já sei! Que tal, isso!? — Com meus poderes, eu criei para ele um artefato Divino também, o principal símbolo de Hermes — Fora suas sandálias aladas — Que viria a se tornar um símbolo universal na humanidade, o "Caduceu de Hermes".

Ele gostou tanto, que até os dias de hoje utiliza, e o poder principal de seu Caduceu é a parte de guiá-lo, já que sou o Deus dos Caminhos, eu fiz o melhor possível para ele, todavia, é algo feito para o bem! Eu o eduquei bastante, e ele passou a utilizar seu Caduceu para guiar as almas para o reino de nosso tio, Hades.

Guerra Entre RaçasOnde histórias criam vida. Descubra agora