Século I depois de Cristo, em Cária, região da atual Turquia, nascia uma criança. Seu nascimento foi algo bem normal para uma criança de sua época, com sua mãe tendo tido um parto muito doloroso e demorado, mas sentindo uma ótima sensação ao terminar. Ao nascer, ela foi segurada pela mãe, porém seu pai já havia selado seu destino.
— Obrigado pelo filho, mulher. Agora pode voltar a vida comum. Eu cuido do moleque — Disse Melankomas I, pai do que viria a mais tarde ser conhecido como Melankomas de Caria.
— O quê? Mas eu nem o amamentei. Deixe-me cuidar do meu filho e me recuperar — Respondeu Lídia, a mãe do garoto, ainda carregando-o em suas mãos.
— Não estou nem aí, mulher. Havíamos feito o acordo de que você me daria o filho, pensei que tivesse ficado mais claro que eu ficaria com ele.
— Tudo bem, mas ele acabou de nascer, e deixe-o comigo por enquanto, senão ele morrerá de fome. Bebês não podem se alimentar de comida, apenas de leite materno.
— E você acha que eu ligo para isso? Francamente, é assim que ele precisa viver pra poder crescer forte. Por isso mesmo, deixe-o comigo, enquanto pode viver sua vida sozinha, indo atrás de outro macho pra conseguir algum filho fracote igual ele. Hehehe.
Melankomas I era um campeão de boxe também, tendo ganhado alguns prêmios por sua força e vitórias nas Olimpíadas anteriores. Isso criou uma certa arrogância no mesmo... Esbanjava seu poder por seus feitos, e seu único objetivo era continuar seu legado com uma prole poderosa.
Desse jeito, ele fez vários filhos, cada um com uma mulher diferente. Repudiava filhas mulheres, enquanto batia muito forte nos filhos homens, principalmente aqueles que nasciam fracos. Nunca os deixou serem amamentados enquanto ainda estava com os mesmos, devolvendo-os para suas mães quando estes falhavam nos treinamentos.
Infelizmente, não foi nem um pouco diferente para seu décimo filho, que é o que acompanhamos...
— Ande, mulher, me dê em mãos esta criança! É um homem, preciso dele para por nos ringues! — Chutou a própria mulher, que continuava a agarrar a criança em mãos.
— Jamais!!! — Lídia recebia os golpes, ficando com marcas, mas não deixando o filho sair de suas mãos — É o meu filho. Pode ter vindo dos seus genes, mas ele saiu de mim, eu decido quando ele pode sair dos meus braços! Ainda mais nesse momento. Tudo o que ele precisa é ficar bem, não precisa de um pai nojento como você.
Assim foi nos primeiros meses. O garoto era cuidado apenas pela mãe, que não deixava o pai chegar perto para não matá-lo. Mesmo assim, ela muitas vezes apanhava do marido, e recebia nas costas toda a dor para seu filho bebê não receber de volta.
— Buáaa buáaa buáaa — Chorou a criança, vendo a mãe machucada.
— Está tudo bem, Melankomas, ou melhor... Meu filho. A mamãe não se sente mal por isso... — Tirou a túnica, mostrando o seio — Você pelo visto está com fome. Irei te dar o seu alimento, meu presentinho dos Deuses.
Mesmo com toda essa dor, a mulher apenas sorria vendo a criança, que nasceu exatamente como ela queria, e a via como um presente Divino. O filho teve alguns traumas, que a mãe percebia, mas sempre acolhia a criança o máximo que podia.
Toda essa dor fez o garoto crescer com uma imagem bem negativa de seu próprio pai... O que piorou quando o mesmo fez doze anos de idade.
— Vamos, mulher, já está na hora de você me dar o garoto. Ele já não precisa mais mamar, e já pode até mesmo carregar cargas sozinho. Vamos, me dê logo ele.
— Tudo bem... Desde que prometa nunca machucá-lo em hipótese nenhuma.
— Não posso prometer nada, não se ele for fraco igual os outros que tive. Se ele não for, nunca encostarei um dedo nele. Mas se ele for, farei questão de enfiá-lo de volta em sua buceta.
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Guerra Entre Raças
AzioneNo Conselho do Valhalla, os Deuses de todos os panteões votam sobre a sobrevivência da humanidade. Brunhilde, a mais velha das Valquírias, interfere e desafia os Deuses para um duelo de treze contra treze. O lado que vencer sete lutas primeiro ganha...