Stupid Wife - versão Simoraya (Finalizada)

Onde estou?

Ponto de vista Simone

Com uma mão no queixo, olho para as fotos emolduradas na parede à minha frente. São fotos de paisagens, estou pensando em vender algumas. Soraya me apoia, diz que é uma boa ideia. Tenho um apego enorme às fotografias que tiro, se pudesse guardava-as todas aqui na galeria. Mas elas estão começando a ocupar muito espaço. E preciso expor as novas fotos.

E por falar em novas fotos. Tenho que contar a Soraya sobre a proposta que recebi. US$ 25 mil para cobrir um casamento em Dubai. É incrível, não é? No entanto, minha esposa e meu filho não poderão se juntar a mim. Ela está cada vez mais comprometida com o centro cultural e com as aulas de dança, e Léo está de volta às aulas.

Não quero passar uma semana longe deles. Mas não posso perder dinheiro que já está garantido, sem falar no que posso ganhar a mais lá. Será o casamento do filho mais novo de um Sheik, a quem Janja me apresentou na semana passada. Esses caras geralmente têm mais dinheiro do que podem gastar e não se importam em gastar. Gosto de ganhar dinheiro, tenho uma família para cuidar. Não é uma ambição total, apenas cuido de mim e deles.

-Tia Si!

Eu pulo ao som daquele grito animado, meu coração dispara no peito e levo a mão para o lado esquerdo. Viro-me a tempo de ver uma Paula sorridente colocar o pequeno Miguel no chão. Ele vem em minha direção de braços abertos, eu me ajoelho no chão para recebê-lo.

-Que abraço gostoso. - murmuro contra seu pescoço, pressionando-o contra mim. Sinto seu perfume delicioso invadir minhas narinas. - Você está cheiroso.

-Eu uso o perfume que você me deu.

Eu sorrio ainda mais, beijo o topo de sua cabeça e me viro, ganhando uma risada alta. Prendo meu sobrinho no ar e franzo a testa, depois me abaixo segurando-o em meus braços. Olho para a mulher parada a poucos metros de distância. Um sorriso enfeita seus lábios, o brilho em seus olhos revelando tudo que preciso saber.

-Você disse a ele para me assustar? - Paula finge estar ofendida e levanta as mãos. Meus olhos caem para sua barriga, agora muito mais visível do que antes. - Eu sei que sim, desg-

-Cuidado com essa boca perto dos meus filhos.

Ela me repreende e eu pressiono meus lábios. Paula sorri enquanto se aproxima de mim, viro meu corpo para poder abraçá-la sem Miguel entre nós. Antes que ela se afaste completamente, ela crava os dentes na minha bochecha, me fazendo grunhir de dor.

-Ah, Paula!

-Me desculpe, senti vontade de te morder.

Olho para ela com severidade e ameaço ir em sua direção, Paula cruza os braços e sorri. Mas antes que eu possa acertar aquele idiota, a voz de Miguel me distrai. Opto por dar atenção à meu sobrinho, trato dela mais tarde.

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Paula, Miguel e eu estamos comendo lanches em frente ao fliperama, ela abriu uma nova cafeteria que é maravilhosa. Conversamos e brincamos o tempo todo. Não há nada melhor do que estar com quem gostamos, ainda mais se for minha cunhada e minha sobrinha. Eu amo esses dois, estive ao lado deles quando Miguel nasceu.

De alguma forma, em algum momento, a proximidade deles com ela e Janja nos aproximou. Claro, estar apaixonada pela melhor amiga ajudou muito. Paula sempre foi a âncora do meu relacionamento com Soraya. Se não fosse por ela, talvez eu nunca tivesse tido coragem de propor casamento, ou talvez nunca tivéssemos namorado. Mas não só isso. Ela se tornou alguém com quem eu poderia desabafar, já que Janja viaja muito em sua carreira, então encontrei na minha cunhada um porto seguro.

Hoje nos tratamos como irmãs, sei que posso contar sempre com ela, assim como ela sabe que pode contar comigo. A gente até provoca um ao outro, é tudo uma coisa saudável que serve para fortalecer a nossa amizade. Tivemos algumas brigas, algumas idiotas e outras muito sérias. Mas nunca conseguimos passar mais de uma semana sem conversar. Não sei viver sem essa criatura.