IX

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Mais um. Mais um. Mais um😁

— Você não quer comer? Aqui tem o suficiente

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— Você não quer comer? Aqui tem o suficiente.

- Não, Melissa. Obrigado. É todo seu. Então, coma e durma. - Como um pouco de tudo e quando me sinto satisfeita deixo a bandeja na mesinha do lado. Não sei para aonde levar e não quero acordar Domenico, que a essa altura já tem uma respiração pesada pelo sono, só para perguntar. Então volto para a cama e durmo, finalmente relaxando.

  Acordo com a claridade em meu rosto e vejo que vem da janela que tem as cortinas abertas. Viro lentamente para o lado e não vejo Domenico e dou uma rápida olhada pelo quarto, também não o encontrando.

  Levanto e caminho até o banheiro, então tomo um banho e volto para o quarto. Coloco um dos vestidos que Lina deixou em minha mala e pego uma sandália baixinha. Quando estou me preparando para sair, vejo uma folha grudada na chave da porta do quarto e então pego para ler o que tem escrito.

Precisei sair, estou resolvendo alguns assuntos. Volto para o almoço. O café é servido até às dez, então se acordar a tempo, fique à vontade para descer e pedir o que quiser.

Domenico.

  Leio e releio a pequena mensagem imaginando o que ele deve estar fazendo e no final ainda vejo um bom dia em letras menores quase que no fim da pequena folha. Nisso, ele queria passar despercebido.

  Dobro o papel e coloco em minha bolsa, mais uma das coisas que Lina deixou em minha mala, e sigo para a recepção. Estou morrendo de fome e preciso descobrir onde conseguir comida.

  Depois de conversar na recepção e ser orientada, como tranquilamente meu café da manhã e observo as belas flores do jardim próximo a mesa que estou. Eles tem um belo jardim que torna o local ainda mais lindo. Flores são maravilhosas.

- Buongiorno.- Olho rapidamente e vejo um homem de pé em minha frente com um sorriso de quem dormiu super bem, e uma bandeja, com algumas frutas, em mãos.

- Como posso ajudar? - Sou direta e ele me olha parecendo surpreso.

- Vi que estava sozinha e como não tem nenhuma mesa vazia, vim saber se posso acompanhar você nesse café da manhã? - Olho ao redor e vejo que a maioria das mesas já estão vazias, então volto meu olhar para o homem que abre um sorriso amarelo. Fico calada, o encarando, e ele se senta na cadeira à minha frente mesmo sem a minha permissão.

- Você não é daqui, é?

- Não.

- E o que faz sozinha nesse lugar maravilhoso?

- Estou em lua de mel.- Ele me olha sério e mostro minha aliança, mas ele fica ainda mais sério quando vê algo atrás de mim. Ou melhor, alguém.

- Acho que acabei de encontrar seu marido.- Se levanta rapidamente e ainda tenta falar algo, mas para minha surpresa, Domenico aparece de muito mal humor.

- Vamos embora, Melissa.- Diz, me esperando.

- Mas eu não terminei meu café.- Contesto.

- Termina no quarto. Vamos.

- E eu não posso terminar aqui?

- Melissa, eu estou com pressa e sem tempo para lhe dar explicações.

- Ei, cara. Ela está tranquila. Deixa ela terminar o café em paz.

- E quem é você para dizer o que eu devo fazer?

- Eu só estou tentando ajudar.

- Pois não tente. Não preciso que ajude. Vamos embora, Melissa.- Desisto de contestar quando me lembro do que Antonella e Lina disseram sobre Domenico e me levanto da cadeira acompanhando meu marido. Porém, paro quando o homem começa a falar novamente e me surpreendo com a atitude de Domenico.

- Primo, você tem que esquecer essa mágoa. Não nos leva a lugar nenhum. Somos uma família e temos que nos manter unidos. - Primo? Se eles realmente são primos, então qual o motivo desse ódio mais que claro que Domenico demonstrou nos poucos segundos que estiveram juntos?

Domenico para, respira e dá um passo adiante, mas sem que eu espere, gira seu corpo rapidamente e segue a passos largos em direção ao homem, lhe socando a cara em seguida.

- Fique longe de mim e da minha família, seu filho da puta. - Ele vocifera, chamando ainda mais a atenção das pessoas ao redor, e deixa o homem, caminhando em minha direção. Pega minha mão e me leva junto com ele até o elevador, em completo silêncio.

Quando finalmente entramos no quarto, eu não sei se a ajuda deveria ser para o homem que provavelmente teve o nariz quebrado com o soco de Domenico ou o meu marido que a essa altura está totalmente vermelho de raiva.

- Você está bem? - Pergunto, quando tento me aproximar dele que está sentado na beirada da cama com as mãos na cabeça e os cotovelos apoiados nas pernas. Domenico fica em silêncio e eu me sento ao lado dele.

- Não quero você perto dele. Não quero que fale com ele, sequer olhe quando o vir por aí. Entendeu?

- Eu posso saber o motivo desse ódio todo? Ele te chamou de primo. - Não custa nada tentar.

- Ele é um grande filho da puta. E deixou de ser da família há muito tempo. Não confie nele, nunca. - Ele finalmente levanta a cabeça e me olha, com súplica. Como se sua vida dependesse da minha resposta.

- Tudo bem, Domenico. Você deve ter seus motivos. - Digo me levantando, mas para minha surpresa ele segura meu braço me puxando em sua direção e fazendo nossos corpos se chocarem ao mesmo momento em que ele levanta da cama.

- Me desculpe pelo que houve lá fora.- Diz, e sua atenção é totalmente minha. Seus olhos analisam cada parte do meu rosto e tê-lo tão perto vai me causando um calor descomunal.— Uma vez ele machucou meu irmão, e quando você machuca um Moretti, você machuca toda a família. Ele não é um de nós.

- Está desculpado.- Sussurro, admirando tão de perto seus belos olhos. Minha mente pede para me afastar, mas meu corpo simplesmente não responde ao comandos. Então, fecho os olhos e coloco uma distância considerável entre nós, indo em direção a cama, onde me sento outra vez, só que do outro lado.

- Tudo bem, mesmo?

- Muda alguma coisa se eu disser que não? Ainda assim você vai ter quebrado o nariz daquele homem.

- Isso é uma verdade! - Ele sorri, constatando o fato e faço um sinal de negação com a cabeça.- Você quer almoçar? Eu atrapalhei seu café da manhã e daqui a pouco é o horário do almoço, então podemos aproveitar.

- Acho que não vai ser uma boa ideia almoçar no local que você acabou de deixar um clima de guerra.- Digo, e ele sorri.

- Vamos em outro restaurante. Você escolhe o que quer.

- Sério? Eu posso escolher? - Na realidade, eu esperava que Domenico e toda a sua família fossem também desprezíveis para aceitarem uma proposta como essa. Se vender a própria filha já é algo assustador, imagina comprar para se livrar de denúncias tão graves quanto as que estão acusando Domenico? Só que eles estão sendo completamente diferentes do que imaginei. E isso me assusta!

Domenico - Minha salvação.Onde histórias criam vida. Descubra agora