XI

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Demorei um pouquinho, mas cá estou eu😄

— Você vai comer só esse pouquinho? Nem sobremesa? — Domenico pergunta quando afasto o prato, terminando meu almoço

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— Você vai comer só esse pouquinho? Nem sobremesa? — Domenico pergunta quando afasto o prato, terminando meu almoço. Não é que seja pouco, é que eu não quero que ele me devolva e anule o casamento quando descobrir o quanto eu realmente consigo comer.

— Eu não estou com muita fome.

— Então tudo bem. — Concorda com minha resposta e começa na sobremesa que ele pediu que fosse servida antes. Apenas observo enquanto ele come, mas Domenico parece não se abater com minha atenção em cima dele. — Posso fazer uma pergunta?

— Claro.

— Era seu sonho se tornar veterinária? — Ele pergunta, e eu paraliso. Que curiosidade repentina é essa?

— Sim.— Respondo apenas, e ele concorda voltando a tomar o sorvete que havia pedido e me deixando em dúvida sobre sua curiosidade. Quando ele termina, paga a conta e seguimos para o carro.

— Ainda temos vinte minutos. Posso levar você à um lugar? — Ele olha no relógio e pergunta quando entramos no carro e eu realmente não sei se ainda temos tempo ou ele só está querendo atrasar. Concordo, balançando a cabeça e ele dá partida no carro. Cinco minutos depois, ele para em frente a um pet shop.

— Nós não deixamos o gato aqui.— Digo, imaginando que ele tenha errado o local.

— Eu sei. Mas ele precisa de algumas coisinhas. Vamos. — Diz e sai do carro, me fazendo correr para acompanhá-lo.

— Domenico...— Tento contestar, mas ele é mais rápido.

— Escolha. — Mostra ao redor e me encanto com o mini shopping dos pets. Tem coisas que eu nunca imaginei.

— Domenico, eu não tenho...

— Não se preocupe com isso. Apenas escolha o que ele vai precisar. E acho que isso aqui, não. — Ele pega um osso, enorme, e faz uma careta analisando o objeto. Eu sorrio e corro até o caixa, onde peço ajuda para a mulher que atende.

— Como posso ajudar?

— Eu tenho um filhote de gato. E preciso, de uma cama, um comedouro e bebedouro e uma caixinha para a areia.

— Só isso? Me acompanhe, por favor.— A mulher fala e eu sigo atrás dela enquanto ela caminha em direção a um carrinho, pegando ele em seguida. Ela aponta primeiro para as caminhas e depois de muita indecisão, escolho por uma roxa, com detalhes de patas desenhadas, que parece uma toca. Eles costumam gostar de caixas, então essa vai ser perfeita. Seguimos para o comedouro, e ela até oferece algumas personalizadas, mas como ainda não escolhi um nome, optei por escolher uma simples. A caixinha de areia, também foi mais simples e optei por uma maior já imaginando que ele crença rápido. Quando estou passando as coisas no caixa, Domenico que tinha sumido, aparece com um arranhador e adiciona no carrinho.

— Domenico...

— É o meu presente para ele. Não me negue isso. — Sorrio e aceito que pague também por isso. Não tenho dinheiro, então ele não faz mais do que a obrigação de marido de faz de conta e paga tudo. Então a mulher empacota e depois de pagar, eu e Domenico seguimos até o carro. Dez minutos depois, chegamos na clínica e logo vejo meu filhotinho sendo trazido por um dos cuidadores. Pego ele e abro um sorriso enorme ao ver que se acalma comigo. Ele já me conhece!

— Vamos? — Domenico pergunta, chamando minha atenção e só então vejo a médica ao meu lado. Agradeço e saio de lá até o carro.

— Será mesmo que não vão deixar a gente ficar com ele no hotel.— Pergunto quando saímos da clínica e Domenico nega com a cabeça.

— Não. Deixaram bem claro quando fiz check-in. Coloca ele dentro da bolsa.— Sigo o conselho de Domenico e assim que ele para o carro, coloco o gatinho na bolsa. Não sei, mas parece que ele gosta e deitado fica brincando com um pedaço do cordão da alça que fica para dentro.

Saímos do carro e entramos no hotel, pegamos o elevador e finalmente no caminho Domenico resolver falar algo. É sempre ele a quebrar o gelo.

— Você quer fazer alguma coisa? Tem uns pontos turísticos por aqui. Se quiser podemos conhecer. — Pergunta, quando o elevador se abre e entramos.

— Sério?— Pergunto com os olhos brilhando em espectativa. Eu sempre quis visitar a praia, algo que eu nunca tive a oportunidade nesses vinte e cinco anos... — Eu posso escolher o lugar?

— Bem... Pode!

— A praia. — Digo quase ao mesmo tempo que ele, que sorri.

— Dentre todos, você escolhe o mais longe. — Diz, sorridente e balançando a cabeça em negativa. — É uma hora e meia de viagem até lá. Agora são duas da tarde. A gente vai chegar aqui bem tarde da noite.

— Então não vamos...

— Não, não. Nós vamos. Só preciso trocar de roupa. Eu deixei você escolher o lugar e se você escolheu a praia, então vamos à praia.— Finalmente o elevador se abre e seguimos para o quarto. E eu na maior expectativa.
Enquanto Domenico troca de roupa, tiro o gatinho da bolsa e ele desce da cama atento a tudo. Caminha bem devagar pelo quarto, observando e reconhecendo o local. Mas no fim, quando achei que não fosse gostar, escolhe um tapete e deita nele já dormindo.

— Vamos? — Tiro a atenção do gato quando o outro aparece em minha frente... Ou melhor, Domenico que pela primeira vez desde que o conheci, não veste roupas sociais. Uma camisa gola redonda simples, e um short com detalhes em cinza. Além dos sapatos e um óculos pendurado na camisa.

— Pronto?

— Sim. E você?

— Posso levar o gatinho?

— Bem. Acho que é a melhor opção. Se ele começar a miar enquanto estivermos fora, não vamos ter onde dormir essa noite. Coloca ele na bolsa de novo. No carro tem ração, a gente entrete ele daqui até lá.

Faço o que ele diz e como estou com um vestido soltinho, não me importo em trocar de roupa assim como Domenico. Eu nem vou entrar na água mesmo.

Descemos no elevador e o gatinho é tão quieto que mais uma vez se diverte com o cordão da bolsa. Meu medo maior foi um casal que desceu junto com a gente no elevador, e se o felino miasse seria nosso fim. Mas ele se comportou e uma hora e meia depois, e com muito silêncio no caminho, consegui avistar de longe o lugar mais bonito que eu já vi.

Domenico - Minha salvação.Onde histórias criam vida. Descubra agora