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Mais um...

- Melissa, você está ouvindo? - Juro que se não estivesse sentada, cairia de desgosto

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- Melissa, você está ouvindo? - Juro que se não estivesse sentada, cairia de desgosto. Meu pai, meu próprio pai me vendeu.

- Estou. E concordo. - Claro que concordo. O que de pior ainda pode acontecer caso eu recuse isso? Ao menos depois do fim desse contrato, quem sabe posso fugir.

- Você está de acordo? O contrato está bom para você?

- Contrato?

- Sim. Não leu? - Faço que não com a cabeça e ele concorda. - Claro, não deve ter tido tempo. Tudo bem. Seu pai leu e caso tivesse algo que não fosse bom para você, com certeza teria falado.- Ah, claro! Ele com certeza falaria. Ele com certeza teria mandado colocar mais coisas para me prejudicar!

- E como vai funcionar esse casamento? - Pergunto, tentando não deixar tão em evidência minha surpresa.

- Como disse, será somente um contrato. Você virá morar aqui e vai se apresentar como minha esposa a todos. Mas não passará disso. Eu não sei onde estava com a cabeça quando concordei com isso, mas agora não podemos voltar atrás. E também não quero ser um carrasco na sua vida durante esse tempo. Então se sinta a vontade para fazer o que quiser fazer.

— E depois que esquecerem as acusações contra você? — Ele que parecia inquieto, finalmente para em minha frente e me olha parecendo não ter o que dizer.

— Nos separamos. Depois de um ano, o divórcio acontece e cada um vai para o seu lado. — Diz quando desvia o olhar e tira do bolso uma caixinha de veludo.— Me dê sua mão.— Pede e quando estendo em sua direção, ele desliza um anel em meu dedo. É lindo. Possui uma pedra azul e coube perfeitamente.— Nos casaremos ainda essa semana. Então caso queira algum convidado especial, é a sua chance. Agora vamos.— Diz somente e pega a minha mão, me fazendo acompanhá-lo até a casa.

— Mas já? Achei que os pombinhos iriam querer mais tempo? — Meu pai faz piadinha quando passamos pela porta da sala e como esperado, somente ele sorri.

— O casamento acontecerá ainda nessa semana. Minha mãe cuidará de tudo. Acontecerá aqui mesmo e serão poucos convidados, então cuidado com o que pretende fazer. — Domenico que a essa altura já largou minha mão e está de pé próximo a escada, diz em direção ao meu pai, parecendo bem sério. Já ele, parece não gostar muito da ideia enquanto tenta falar algo, mas é interrompido por Salvatore que percebendo o clima que se formou, serve uma bebida ao meu pai. — Se me dão licença, preciso resolver alguns assuntos.— Ele diz e se vai escada acima enquanto eu fico parada em frente a porta sem saber o que fazer.

— Venha filha. O que acha de começarmos os preparativos? — Lina se aproxima de mim e segura meu braço enquanto aguarda uma resposta. — Faço que sim com a cabeça e logo estamos em uma sala com várias revistas espalhadas e em busca de uma decoração, um vestido e uma festa montada em menos de sete dias.

Quando voltamos para casa, o inferno começa novamente. Meu pai sequer me olha, minha mãe não fala comigo e eu fico no meu canto, planejando uma fulga na primeira oportunidade que tiver.

Posso até me casar, mas para essa casa não volto nunca mais.

  Posso até me casar, mas para essa casa não volto nunca mais

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— O casamento é de mentira, mas a noiva é bem verdadeira. Tirou a sorte grande, Dom.— Felippo fala quando toca meu ombro e vai até o outro lado do sofá onde estou sentado.

— Isso não me interessa. Não vou tocar um dedo naquela garota. E isso é somente um casamento de mentira.

— E vai virar casto durante o tempo que estivem casados? — Dario pergunta com as sobrancelhas enrugadas e posso ver um sorriso começar a se formar nos lábios do meu pai e de Angelo que fingem ler alguns papéis.

— Sim. Estou disposto a limpar meu nome. Se esse é o preço que tenho que pagar, que seja.

— Você vai ficar um ano sem e não vai encostar um dedo sequer naquela garota? É isso que estou ouvindo? É isso que estamos ouvindo? — Felippo indaga, já aproveitando como sempre.

— Exatamente isso. Algum problema?

— Problema? Nenhum. É só que um ano é muita coisa e ainda nem sabemos se vai ser só isso. Vai que a impressa resolve te colocar diariamente como garoto propaganda. Você nunca mais sai das telas.

— Ainda assim, não vou tocar daquela garota.

— Bambino...— Meu pai me alerta, mas não dou atenção.

— O que está acontecendo? — Minha mãe pergunta quando entra na sala e vai até meu pai, sentando-se em seu colo. Ele beija o topo da sua cabeça e passa a mão ao redor da cintura dela, a deixando confortável.

Desde que posso me lembrar, é assim. Eles são perfeitos um para o outro e estão perfeitos um com o outro. Não poderia ser diferente, eles são um casal que se amam mais que tudo e não existe futuro em que eles não estejam juntos. São uma inspiração para qualquer um que queira viver um romance daqueles de tirar o fôlego. Pena que eu estou no completo oposto.

— Domenico enlouqueceu e está fazendo promessas que não pode cumprir. Mas depois que esse casamento acontecer, ele volta a si. Não se preocupe, mama. — Felippo diz me puxando a atenção e eu torço o nariz.

— Não ligue para eles, são bambinos. — Meu pai tenta mudar de assunto e minha mãe segue o caminho dele.— Onde está Antonella?

— Dormindo. Ela amou a Melissa. Disse que não vai dormir quando ela vier morar conosco e não deixou a coitada em paz por um minuto enquanto estávamos decidindo os preparativos para o casamento. Melissa parece ser um amor e Antonella está soltando fogos por tê-la aqui.

— Minha bambolina se apega fácil as pessoas. A garota terá sorte em vir morar aqui. Será adorada por Nella.

— Será que só por ela? — Angelo diz como quem não quer nada e me olha de soslaio. Eu finjo não ouvir e logo me levanto. Se for dar atenção a eles, vou enlouquecer.

— Eu estou indo dormir. Já é tarde e amanhã tenho que trabalhar, diferente de vocês que só sabem fazer piadinhas.

Entro em meu quarto e vou direto para o banheiro onde tomo uma ducha quente. É bom relaxar os músculos e dormir tranquilo, principalmente depois de um dia conturbado como o de hoje. Fiz uma das maiores loucuras que poderia fazer e espero que agora possa ter um pouco de paz.

Não pensava em me casar, não assim. Achei que teria que me apaixonar e depois de muito tempo com a pessoa, enfim casar e formar uma família. Uma bela família assim como meus pais construíram. Só que simplesmente, algum desocupado da vida, achou de me acusar de algo que não fiz e jamais faria. Por isso, tive que aceitar a proposta de Feitosa em casar com uma mulher que nunca havia visto na vida. O homem é um desgraçado e está claro que pensa somente em si. Mas a filha...

Cazzo! Se um de meus irmãos soubessem o que se passou em minha mente quando a vi pela primeira vez, nunca mais eu teria paz na vida. Céus!

Domenico - Minha salvação.Onde histórias criam vida. Descubra agora