XXI

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Demoro, mas sempre volto.

- Vocês estão bem, aqui? - Salvatore pergunta se referindo ao apartamento

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- Vocês estão bem, aqui? - Salvatore pergunta se referindo ao apartamento.

- Sim. Muito bem.

- E não pensam em voltar para casa?

- Não, papa. Estamos bem aqui. - Domenico Responde e o mais velho de cala.

- Um dia você vai ter que voltar. Ou vai fazer o filho rebelde para sempre?

- Angelo, se cale. - Domenico reclama com o irmão e todos riem da sua irritação. O pior é que ele realmente está agindo como um garotinho mimado e nem percebe isso.

- Bem. Só viemos dar uma passada rápida aqui para ver como vocês bambini estavam. Vamos a um jantar com Paolo Vietri, que está na cidade com a esposa e já que era caminho, passamos antes aqui. - Lina fala já em tom de despedida e Domenico deixa um pequeno sorriso escapar nos lábios.
- Não sorria e nem fique muito feliz. Já temos jantares mercados com alguns empresários amigos do seu pai, e no próximo você vai. - Domenico revira os olhos e os irmãos sorriem em desespero. Parece que nessa família, ninguém gosta de socializar.

- Vocês são tão chatos. Vamos logo, senão vamos atrasar. E mama, Dom está doente. Não pode ser contrariado. - Antonella reclama e sai arrastando os irmãos até a porta.

- Ele quebrou os ossos. Não está para morrer. E mesmo que tivesse, se está errado tem que ouvir a verdade. E a verdade é que ele é insuportável quando quer. Eu não criei você assim.

- A senhora também criou a Antonella como um anjo, e olha o que ela se tornou.

- Dario, não fale da sua irmã. Ela é um bebê. Uma bonequinha.

- Vão confiando nisso. Acreditando nessa cara de anjo. - Angelo fala achando graça na quase inocência de Salvatore e então é a vez de Felippo se envolver.

- Eu juro que não sei quem é o pior de vocês. - Caminha até e abre a porta.- Vamos. Todos. Melissa passou o dia na faculdade, e está cansada. Vocês só vem brigar e atrapalhar o descanso dela. Eu disse que não deveriam vir. Já podíamos estar voltando do jantar.

- Dio, qual o problema de vocês com esse jantar?- Salvatore volta a reclamar e a bagunça está feita quando todos falam de uma vez e é Felippo quem sai tirando de um em um do apartamento.

- Até mais para vocês. - Se despede fechando a porta ainda com um enorme barulho de todos falando, só que do lado de fora do apartamento. Quando a porta é fechada e só resta eu e Domenico, o silêncio volta a consumir tudo. Eu não sei o que fazer e parece que ele também não.

- Melissa...
- Domenico...- Falamos ao mesmo tempo.

- O que aconteceu.

- Não deveria ter acontecido.- Ele começa e eu completo. Ficando em silêncio mais uma vez.

- É... Não deveria. - Ele concorda respirando fundo, depois de segundos em silêncio. E é a minha vez de respirar fundo, tentando imaginar a melhor forma de sair da sala sem deixar o clima pior.

Domenico

Inferno! Eu prometi nunca encostar um dedo na garota, e olha eu lá emburrado na primeira oportunidade por ela não me querer.

O beijo, o tempo que passamos só nos olhando. O clima tão gostoso que se formou com ela sentada em meu colo fazendo carinho em mim enquanto eu distribuía beijos em seu pescoço... Foi maravilhoso. Mas minha família tinha que chegar para atrapalhar. E pior ainda, dá tempo para ela pensar.

"Não deveria ter acontecido" ela disse com tanta certeza que agora me pergunto se realmente não deveria.

Ela sai da sala e me deixa sozinho. Entra no quarto e depois de muito tempo a vejo passar de um lado para o outro, já com roupas mais confortáveis que usa para dormir. E inferno, ela é a mais pura tentação. Não que eu seja um pervertido. Longe disso. Mas não ajuda em nada a minha imaginação, vê-la tão livre e solta. Simples e natural. Ela é sexy como o inferno e nem percebe isso. Durante o dia costuma usar pouca maquiagem e o cabelo sempre preso. Mas sempre a essa hora depois do banho noturno, deixa os cabelos soltos e o rosto totalmente natural. Ela nem imagina que consegue ser ainda mais linda dessa forma.

Eu estou totalmente perdido. Céus! Onde fui me meter?

- Eu acho que seja muito tarde para fazer comida. Então resolvi pedir. Hoje enquanto esperava Felippo, encontrei um restaurante que faz comida caseira lá perto da faculdade e eles tem um tempo de espera bem baixo. Já faz algum tempo que pedi, então devem estar chegando. Tudo bem por você? - Ela volta para a sala e eu nem sei quanto tempo passou lá dentro. Só sei que fiquei quieto imaginando um milhão de coisas que no fim não resultaram em nada.

- Por mim tudo bem. Se está bem por você, então não vejo problemas. Melhor que a aveia da Cátia, tenho certeza que é.- Ela dá um meio sorriso quando insinuo a enfermeira e segue até a cozinha, me deixando só na sala outra vez. Mas o que eu posso fazer? Seguir a mulher por toda a casa? De toda forma, fico quieto a observando enquanto pega os pratos e talheres do armário. É melhor eu ficar quieto e longe. Me impede de fazer qualquer outra besteira. Não que beijar ela tenha sido. Só que ela acha que sim, que foi um erro. E sendo assim, prefiro não induzir ela a repetir. Nos mantermos longe um do outro é a grande solução.

Ou não!

Domenico - Minha salvação.Onde histórias criam vida. Descubra agora