XXXI

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Desculpinhas pelo sumiço. As vezes eu faço isso e não é só por aqui kkkkkk. Mas, o bom é que eu sempre volto.

A semana tinha passado como um vento e logo estávamos em uma balsa, atravessando o mar para enfim chegar na famosa e mais que escondida ilha da família do vinho

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A semana tinha passado como um vento e logo estávamos em uma balsa, atravessando o mar para enfim chegar na famosa e mais que escondida ilha da família do vinho. A outra, já que os Moretti são os principais.

Por falar em Moretti, eles não tinham me dado muitos detalhes sobre a família ou a ilha, então mais uma vez eu estava indo para o desconhecido. Acho que para mim isso se tornou natural nos últimos tempos.

A semana foi muito corrida e eu malmente vi Antonella ou Lina. Já Felippo, mandou um motorista da família me levar e buscar na faculdade durante toda a semana e como eu estou evitando Domenico, e não perguntei nada, estou totalmente no escuro nessa viagem. Não sei para aonde estamos indo e nem com quem vamos nos encontrar. Só sei que nesse momento estamos no "meio do nada", como Felippo vem repetindo desde que saímos de casa. Mas o meio do nada é tão lindo.

- Você fica babando nesse lugar, e a mama vai encontrar outro lugar para levar todo mundo no próximo mês.- Felippo reclama.

- Não tenho culpa se o lugar é bonito. Olha que água linda.— Rebato e o homem fica bravo. Ele sabe que se a maioria gostar do passeio, Lina vai marcar outro e mesmo sem entender muito bem o motivo, sei que todos odeiam esses passeios. Sorrio com sua careta, quando olha para a água que eu aponto e assim seguimos o restante do caminho. Quando desembarcamos, seguimos a pé e nem dois passos a tão misteriosa família aparece, para a minha surpresa.

— É um prazer receber a família Moretti em minha ilha.

— É um prazer que você tenha uma ilha para nos receber.— Dario fala baixo com uma voz estranha e os filhos Moretti tentam segurar a risada. Qual o problema deles com passeios em família? Me pergunto e vejo ao longe um casal se aproximando, enquanto o homem trás um bebê no colo. Já o homem que nós recebeu, continua falando sem parar e sai cumprimentando um a um.

— Me deixem apresentar minha família. — Diz quando se afasta esperando o casal se aproximar e daí eu já começo a estranhar. Não é possível!

— Minha esposa, Lívia. Meu filhinho, Mateus. E meu irmão, Gabriel.— Aponta de um para o outro enquanto vai dizendo os nomes e percebo que não sou a única surpresa quando Gabriel aparece.

— Você? — Domenico sussurra e eu respiro fundo. Essa viagem vai ser longa.

— Eu e meu irmão Gabriel aos poucos estamos reconstruindo a família Sousa depois do acidente com nossos pais. E nada melhor do que começar pelo lugar que eles amavam, o hotel e a ilha.— O homem diz, saudoso. Mas não consigo prestar atenção no que ele diz já que não consigo tirar os olhos de Gabriel. Ele sorri, não aparentando surpresa, e eu fico me perguntando o que está acontecendo. Impossível que ele esteja negociando junto ao irmão com a família do meu marido.

Conversa vai, conversa vem e Heitor resolveu passear com Salvatore e mostrar o local. Antonella e Lina bem que tentaram me levar, mas depois de muito negar, consegui fazer elas desistirem de mim e irem sozinhas com Lívia e o bebê, verem o hotel e os vinhos. Angelo e Dario foram os primeiros a pegarem as chaves dos quartos e restou somente eu, Gabriel e Domenico.

— E então, vocês estão gostando? Achando bonito?— Gabriel pergunta tentando mudar o clima, mas a cara que Domenico faz o olhando de cima a baixo, deixa todo mundo sem jeito.

— Eu achei o lugar muito bonito. As águas e a paisagem são de tirar o fôlego.

— Realmente, a paisagem é de tirar o fôlego.— Gabriel diz me olhando e Domenico passa entre nós.

— Já está na hora de ir. Minha perna começou a doer e preciso da minha mulher ao meu lado. — O Moretti fala, já irritado outra vez e respiro fundo. A pior parte dessa viagem é dividir o quarto com Domenico, mesmo tentando fugir dele. Mas como já dividimos no apartamento, não faz muita diferença.

Acompanho ele e deixo Gabriel sozinho. Ele faz questão de segurar minha mão, mas puxo da dele assim que entramos no quarto.

— Agora vai finalmente poder ficar de papinho com seu amigo?— Joga.

— O você acha que tinha naquele contrato para viver ditando o que eu devo ou não fazer? — Devolvo.

— Sou seu marido, até que o divórcio diga o contrário.— Sorri irônico e de imediato rebato.

— Quando me comprou, também foi negociado a parte em que pertenço totalmente a você?

— Não comprei você. Nos casamos. Assinamos um contrato. Seu pai disse que você estaria totalmente de acordo.

— É claro que ele disse. Tinha que ser eu, já ele não podia casar com você.

— Você disse que estava de acordo.

— Eu estava com medo.— Grito e ele faz o mesmo em seguida.

— Mas aceitou!

— Eu não tinha escolha!— A essa altura tenho certeza que se podem ouvir os gritos do lado de fora do quarto. Mas de verdade, não estou preocupada com isso.

— Assim como não teve quando largou a faculdade? Seu pai mesmo disse que foi por escolha própria. Que queria se dedicar a Deus...

— Escolha própria dele. Assim como esse casamento, assim como tudo em minha vida.— Tento segurar, mas ainda assim algumas lágrimas teimam em cair. Domenico não sabe nada da minha vida, mas insiste em querer dar opinião.

— Eu realmente não conheço você. Mas não a quero perto dele.— Diz quase sussurrando enquanto se senta na cama.

— Você disse que não seria um carrasco em minha vida.

— Não posso deixar que tenha um amante debaixo do meu nariz.

— Um amante?

— O que você realmente acha que aquele cara quer com você? Nas outras vezes eu agi feito um idiota, mas hoje tive certeza, pela forma como ele te olha.

— E qual a forma que ele me olha?

— Ele armou tudo isso, não percebe? O irmão simplesmente aparece do nada querendo negociar com a nossa família e você acha isso normal? Bem que Felippo disse.

— Qual a forma que ele me olha? - Insisto.

— Ele quer você. É claro, como não percebi isso antes.

— Qual a forma que ele me olha, Domenico?— Pergunto mais uma vez e ele flexiona o maxilar, fecha os olhos, as mãos em punho. Respira fundo e acaba por dizer de uma vez. Me deixando completamente confusa.

— A mesma que eu! — E o silêncio toma conta de tudo. Encaro Domenico, sem saber o que dizer e ele continua em silêncio esperando que eu fale. Mas, outra vez, apenas fujo. Abro a porta e saio caminhando sem saber para aonde vou. Eu preciso ficar sozinha!

Domenico - Minha salvação.Onde histórias criam vida. Descubra agora