XXXII

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Quase que eu sigo as datas essa semana😅. Mas o que importa é que eu voltei com um capítulo novinho 🙃

 Mas o que importa é que eu voltei com um capítulo novinho 🙃

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- Fazendo o que sozinha aqui, cunhadinha?

- Olhando o mar. - Sorrio e Dario senta ao meu lado. Em seguida, Angelo e Felippo se juntam. Olho de um para o outro e sorriem quando percebem minhas dúvidas.
- O que querem aqui?

- Nada. Precisamos querer algo para admirar o mar com a nossa linda cunhada?- Angelo se finge de ofendido e volto a olhar as águas que estão começando a se agitar.

- Podemos falar sério com você? Antes que diga sim ou não, é sobre Domenico.

- Não quero falar com Domenico e nem sobre ele. - Corto de uma vez. Mas eles são insistentes.

- Não quer, mas precisa. Poderia ser a mama ou até mesmo a Antonella. E te garanto que seria constrangedor. - Angelo fala.

- Eu só quero ficar longe dele.

- Aí que está. Não pode.- Dario nega.

- Não pode mesmo.- Felippo completa e os irmãos acham graça.
- Eu sei. Nós sabemos como ele pode ser. Mas, se essa família ou alguém hospedado aqui desconfia de algo. Já era.

- Desconfia de que?

- Desse casamento. Para a gente é muito claro que não existe nada entre vocês. Só que eles não podem nem imaginar isso. Três meses de casados e já se odeiam?

- Não odeio ele.

- Sabemos que não. Mas é o que vão pensar.

- E o que querem que eu faça?

- Que não fique tão longe dele. Faça eles acharem que realmente são um casal. Sei que é veterinária, mas enquanto essa viagem durar, vai ter que ser uma atriz.

- Vou ver o que posso fazer por vocês.

- Obrigado. - Eles agradecem e se vão. Me deixando sozinha de novo. Fico olhando o mar e como já está anoitecendo, as águas estão mais agitadas. A lua cria uma bela vista e se tudo já era lindo quando chegamos durante o dia, fica ainda mais lindo com a bela paisagem ao pôr do sol.Mas, sou tirada dos meus pensamentos quando escuto passos atrás de mim.

- Esqueceram de pedir mais alguma coisa? - Pergunto imaginando serem meus cunhados. Mas para minha surpresa, Gabriel aparece.

- Quem?

- Gabriel. - Digo surpresa quando reconheço a voz e olho o homem se aproximando.- Achei que fosse Felippo. Ele e os irmãos acabaram de sair daqui.

- Está gostando do lugar?

- Sim. É muito lindo. Vocês tem muita sorte em ter um hotel de frente para o mar.

- Meus pais. Compraram e começaram a construir. Mas morreram em uma acidente. O helicóptero caiu no mar quando viam para cá. - Relembra, triste.

- Eu sinto muito.

- Já faz dois anos. E isso aqui me ajuda a lembrar deles. Eles amavam esse lugar. Sempre vínhamos nas férias. Só que graças ao Heitor, ano passado começamos a reformar o hotel.

- Eu não fazia a mínima ideia que você vinha de uma família tradicional nos negócios.

- Teria me tratado diferente?

- Não. Claro que não. Só acho que por isso se aproximou de mim. Não?

- Claro que não. Em nenhum momento quis me aproveitar de você. Se me aproximei, ou pelo menos tentei, foi somente por você. Eu realmente queria te conhecer melhor. Te acho inteligente pra caramba e adoro quando interrompe o professor para dar a sua versão da matéria.

- Não é minha versão. É o que eu entendo.

- Você sempre entende diferente dele. É impressionante.- Ele sorri, achando graça que mesmo lendo sobre o mesmo assunto eu e o professor nunca chegamos a mesma conclusão.

- Você é como ele. Não entende meu ponto de vista.

- Eu entendo. E acho demais. - Ele afirma e ficamos em silêncio olhando o mar.
- Seu marido não gosta de mim, não é?

- Domenico não gosta de ninguém. Não se preocupe.

- Não gosta? - Me olha com a sobrancelha erguida e eu me amaldiçoou pela língua grande. Só que mais uma vez é Domenico quem me salva.

- Aquele é Domenico?- Pergunto quando vejo ele bem longe, entrando na mata que cobre grande parte da lateral do hotel.

- Parece que sim. O que ele vai fazer lá? Conhece onde está se metendo? Não acho boa ideia que ele vá sozinho.

- Se você não acha, imagina eu. - Levanto e saio correndo em sua direção.- Avisa a família dele que a gente já volta.- Falo mais alto para Gabriel e corro até Domenico, que parece se afastar intencionalmente.
- Domenico, para. Espera. Aonde você está indo? - Ele finge não ouvir e continua, já mata adentro.
- Domenico, a gente vai se perder por aqui. Para, por favor.

- Não precisa me acompanhar. Eu vou ficar bem. - Fala quase gritando pela distância.

- Com um braço quebrado e os movimentos da perna pela metade? Deixa de ser teimoso. Que curiosidade é essa agora? Volta, por favor.- Peço e ele apenas continua. Mas, como tem que andar devagar e eu vou correndo, logo o alcanço.

- Melissa...

- Você já ultrapassou sua cota de idiota por hoje. Não conhece o lugar e vamos acabar nos perdendo. Vamos voltar.

- Não vou. - Ele tinha que ser tão teimoso?

- Tudo bem então. Quer ficar? Depois que se perder não venha dizer que eu te abandonei aqui.- Viro as costas e começo a andar na direção contrária. Só que para a minha surpresa, dou de cara com uma cobra enorme rastejando.
- Aaaaaaaaah.- Grito e corro até Domenico que aponta a muleta como uma arma.

- Você não era veterinária. - Pergunta e eu me escondo atrás dele, quase sem respirar.

- Eu não posso ter medo de nada?

- Não de animais, doutora.

- Ela é um animal peçonhento.

- Continua sendo um animal.

- Mas eu não vou tratar elas no meu consultório.

- Vai ser seletiva? Isso é preconceito com o bichinho. Elas podem se sentir excluídas.

- A gente vai se sentir excluído se ela estiver com fome. Seremos comida de cobra e graças a sua teimosia.

- Vai andando de costas, devagar. Ela não vai atacar a gente.

- Não me diga que é formado em animais?

- Olha só quem está sendo teimosa agora? Não quer confiar em mim.

- Claro que não. Foi você quem meteu a gente nisso.

- Só vai, Melissa.

- Tudo bem.- Começo a andar de costas e a cada passo meu, Domenico também me acompanha.
- Só uma dúvida, de que lado a gente veio? - Pergunto quando não consigo distinguir de onde viemos.

- Merda! - Pragueja. - Primeiro a gente se livra desse bicho, depois a gente da um jeito de voltar. Não estamos tão longe assim.

Domenico - Minha salvação.Onde histórias criam vida. Descubra agora