Olha a horaaaa!
Tudo bem. Acho que chegou o momento de parar de negar, pelo menos para mim, que desde quê Melissa entrou em minha vida tudo vem saindo do controle. Mas ainda assim o meu desejo é apenas de mantê-la ao meu lado. Eu definitivamente a quero do meu lado. Mas fazer o que se ela não me quer? Ou pelo menos foi isso que eu imaginei nos últimos dias quando vinha me afastando mais e mais a cada merda que eu fazia.
Só que querendo ou não essa viagem foi uma ótima ideia. Melhor seria se o tal Gabriel não estivesse por aqui, é claro.
- Posso? - Pergunto quando me aproximo da pedra da cachoeira que ela se sentou para ler um livro, com o gato ao lado deitado em sua cama que é mais um dos mimos da minha irmã mais nova.
- Pode.- Acena positivamente e eu me sento ao seu lado, observando Antonela, Dario e Angelo molhando um ao outro enquanto Felippo tenta desviar da "guerra" dos mais novos. Já não basta tudo que compramos quando Melissa achou o pet, Antonella vive presenteando o felino.
- A gente pode conversar agora? - Pergunto e ela para de ler o livro, olhando para o horizonte.
- O que quer, Domenico?
- Você.- Ela sorri, descrente.
- Eu já ouvi isso uma vez. E tudo é tão igual a hoje.
- O que é igual a hoje? - Pergunto sem entender.
- Nada. Mas vou pedir de novo, esqueça o que aconteceu.
- Não posso. Não quero e não consigo.
- Pois eu posso, quero e preciso que esqueça. Não faça isso comigo, com você e nem com a gente. Quero ter uma vida boa com você até esse casamento acabar.
- Melissa, eu não sei o motivo de tanto medo. Mas eu não vou...
- Você vai. Nós vamos nos arrepender. E quando esse contrato acabar? O que pretende fazer? Vai assumir um casamento que não existe?
- Eu não...- Eu poderia prometer o mundo a ela. Mas não seria justo e tenho certeza que seria bem pior.- Apenas viva. Não pense no fim do contrato. Apenas aproveite isso que sentimos um pelo outro. Poxa, eu não posso negar o quanto quero você. Mas, se... se não me quiser, então não posso insistir. Não posso ficar para sempre atrás de você como um cãozinho adestrado esperando um petisco.
- Então não fique. Resolve tudo.
- Não quero que peça para me afastar. Isso é muito fácil e cômodo para todo mundo.
- Não me peça isso. Sabe que eu gostei assim como você.- Ela fecha o livro e os olhos, respirando fundo antes de falar.
- Mas eu não posso. Você não vai entender, mas eu estou tentando me proteger e proteger vocês.- De que?
- De tudo.- Diz apenas e coloca o livro na cama do gato, pega o objeto do felino e a muleta saindo para longe de mim.
Do que ela quer nos proteger?
Vejo ela falar com minha família e em seguida caminha de volta na direção do hotel.
Eu preciso saber o que ela quis dizer!
Levanto, pego minha muleta e caminho em direção a ela.
- Domenico, aonde vai? - Escuto minha mãe e apenas aceno com a mão. Não posso dar explicações agora. Continuo andando e como é perto do hotel, já vejo sua fachada.
- Melissa!- Domenico, por favor. Eu já expliquei.
- Não explicou nada. Agora sim estou com mais dúvidas ainda.
- Não seja teimoso. Vamos nos perder de novo. Volte para sua família.
- Não vou. Não se preocupe, eu espero você chegar no hotel. Conversamos lá.- Respondo e continuamos andando.
Olhando direitinho, é como minha mãe disse. O casal quebrado. Cada um com uma muleta.
Melissa acena para o pessoal da recepção quando entra no hotel, já eu passo direto acompanhando ela.
Quando chegamos no quarto, finalmente paro ela, segurando em seu braço.
- Agora vamos conversar.
- Domenico...
- Melissa, por favor. - Me sento na cama. - De verdade, não sei mais o que faço. Estávamos indo bem, até eu te deixar na faculdade sozinha. Só que você usa isso como motivo para se afastar. Não estávamos pensando no fim do contrato. Pelo contrário. Estávamos indo bem, nos conhecendo, nos curtindo. - Ela respira fundo.
- Você já parou para pensar se um de nós não quer que termine quando esse contrato acabar?
- Não.- Assumo. Embora seja eu quem não queira que termine. E olha que ainda temos longos dez meses de contrato pela frente. - Eu não pensei nisso. Mas não quero pensar e não quero que pense. Quero apenas que a gente possa aproveitar esse tempo juntos como a gente estava fazendo. Os filmes de romance com você, ficam mais melosos. E eu gosto.
- Domenico, estamos em um território perigoso. Se isso acaba hoje ou amanhã, alguém vai sair machucado de toda forma e eu prefiro sair machucada agora, do que lá na frente.
- Ninguém vai sair machucado, Melissa. Eu prometo. - Me levanto e puxo seu corpo para junto do meu. Esse simples contato já me incendeia. Ela me incendeia.
- Domenico, o que está me pedindo não tem volta. Pior ainda o que me promete - Avisa.
- Não quero que tenha. - Finalmente, depois de semanas me evitando, tenho seus lábios nos meus. E, inferno! É como se eu estivesse me afogando e em um piscar de olhos o oxigênio voltasse aos meus pulmões. O que essa mulher faz comigo?
Acaricio seu rosto com a mão livre, enquanto ela desce beijos pelo meu pescoço. E eu estou sem forças.
Eu sou mais alto, então ela fica quase na ponta dos pés, ou do pé, já que o outro não pode apoiar totalmente do chão, para alcançar minha nuca.
- Eu quero você.- Sussurra e eu perco totalmente o equilíbrio quando me atrapalho com os pés e caio sentado na cama, tirando dela uma gargalhada.
- Achei que pudesse comigo, CEO.- Zomba.- Não brinque comigo, doutora. Ou eu posso lhe provar isso de diversas maneiras diferentes.- Melissa sabe exatamente o que quer e quando quer. Por isso não se abala com o que eu digo ou faço. Diferente de mim, que perco totalmente o controle das minhas ações quando ela de mansinho se senta em meu colo.
- Vamos tirar isso.- Diz, mais para si enquanto rodeia meu pescoço com suas mãos. E então sinto desatar a tipóia do meu pescoço. Maldita hora que fui quebrar o braço.
Melissa me beija, tão sutilmente que posso sentir as nuvens quando fecho os olhos.
- Você tem certeza de que não quer fugir de mim, de novo? - Pergunto e ela afirma balançando a cabeça.
- Sim. Eu só...
- Você só...- Incentivo quando ela trava, pensando no que dizer. Então me surge uma ideia na mente.
- Você não é virgem, é?- Não. Eu só não tenho muita experiência com isso.- Aponta para a cama.
- Como não tem experiência com a cama? Você dorme feito um panda.
- Domenico! - Ela sorri.
- Não se preocupe, tenho experiência por nós dois.- Digo e ela arregala os olhos. Então gargalho com sua reação.
- Eu estou brincando. Não sou um libertino pervertido como dizem por aí. Tem certeza que quer continuar?- Você tem fôlego o suficiente?
- Como? - Pergunto com as sobrancelhas enrugadas.
- Não sei, você perfurou o pulmão.- Gargalho com a cara que ela faz.
- O que acha se eu te mostrar?
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Domenico - Minha salvação.
RomanceDomenico Moretti é o filho mais velho de uma grande família italiana que há muito se fixou na América. Donos de uma grande empresa e distribuidora de vinho, o primogênito é cotado como o futuro CEO da companhia da família que é presidida pelo pai. ...