Capítulo 44

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Conseguia ouvir ao longe barulhos, mas não qualquer barulho, um bem irritante

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Conseguia ouvir ao longe barulhos, mas não qualquer barulho, um bem irritante. Greta deve estar aprontando alguma coisa enquanto continuo dormindo. Eu não quero acordar, posso sentir como se minha cama me puxasse para ela. O barulho ficava mais insistente, antes não conseguia identificá-los, mas agora eram mais claros, eram bips.

Cadê o barulho do mar? Das ondas se quebrando contra o casco do navio?

Meu corpo foi despertando aos poucos, me fazendo perceber que eu não estava nem perto de estar numa cabine, ou muito menos no Cative Acirre, o cruzeiro.

Acordo assustada, fazendo que aqueles barulhos antes calmos ficassem agitados, soando como loucos.

— Onde estou? O que está acontecendo? — pergunto com a voz embolada.

Eu estava desnorteada, tentando me lembrar de como vim parar aqui. Tento me levantar, mas algo me faz não sair do lugar. Meu corpo estava pesado, parecia que eu não tinha controle sobre ele.

Via apenas borrões, pisco várias vezes, forçando minha visão ser mais nítida. Meus olhos percorrem todo lugar, me fazendo perceber que estou em um quarto de hospital. De relance consigo ver William sobressaltar na poltrona quando vê que despertei.

Ele passou a noite aqui? Dormiu naquela poltrona? Deve ter sido horrível, desconfortável demais.

Minha mão tinha um acesso de soro pendurado. O esparadrapo fazia com que os acessos não se soltassem de mim, o que era uma tarefa difícil, já que eu não conseguia parar de me mexer. Já no outro lado da minha mão, no meu dedo indicador, tinha um oxímetro que media minha frequência cardíaca.

— Sua pressão abaixo e você desmaiou — diz vindo me acudir — Você me assustou, ficou tão pálida que parecia que estava morta. Você quase me matou de preocupação — diz preocupado.

Podia ver em seu rosto sua preocupação. Seus olhos tinham olheiras profundas e estavam vermelhos, com certeza pela falta de sono.

Logo flashbacks da noite passada vem com tudo na minha mente.

Greta...

— Precisamos ir atrás de Greta — falo já me alterando e querendo me levantar — Ela está com aquele... — não consigo dizer o nome dele.

— Amélia, você desmaiou, ficou horas de desacordada. Por mais que queira ela conosco, ela nunca me perdoaria se eu deixasse você fazer pouco caso da sua saúde. Você desmaiou, eu tentei de tudo para de acordar, acordei o Cruzeiro inteiro a procura de ajuda. Então, por favor, descanse. Agora não é o momento.

— William — murmuro como um pedido.

— Não podemos fazer nada, Amélia.

— Não, nós, nós podemos fazer algum acordo, eles podem querer dinheiro, eu posso pagar — falo com convicção.

Vivendo em MesesOnde histórias criam vida. Descubra agora