Capítulo 38: Acabou.

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—Temos tudo que precisamos? —questiono.

—Sim, não há chances de ela contestar tudo que temos. —Dayane afirma colocando o revólver na cintura.

—Estão todos prontos? —ajeito a manga no meu braço.

—Todos em posição, você entra em três minutos.

—Tudo bem...

Estamos todos prontos e organizados, o plano na realidade é super simples, já temos tudo que precisamos para deter a matriarca. Se passou três dias desde quando eu encontrei o esconderijo. Houve alguns contra tempos, mas nada que Melina não pudesse ter outra ideia para prosseguirmos.

—Vai.

Voo até a sala da CEO, ela já conhece minha identidade, então não há necessidade de me esconder ou temer algo.

Observo o olhar sereno da mais velha, fixo a tela de computador, enquanto cruzo meus braços em frente à mesa de resistente branca.

—Bom dia querida. —semicerro os olhos para ela. —Fiquei sabendo de uma coisa que me deixou muito chateada.

A vejo levantar o olhar para mim, mas não é como antes, em que ela se preocupava em não transmitir ódio ou sagacidade. Ou o que quer que ela queria passar. Agora eu a vejo de verdade. Vejo uma pessoa prepotente, astuta e sagaz. Capaz de sacrificar tudo por algo que almeja.

—O que está dizendo? —questiono franzindo o cenho.

—Sente-se, deixe-me contar uma história.

Ela coloca um pouco de whisky em duas taças e me entrega uma, enquanto se apoia na mesa. Caminho até o sofá e me acomodo, vendo a figura da maior transmitir poder e ousadia.

—Era uma vez uma jovem mulher que queria tornar o mundo um lugar melhor...

—Não estou interessada e não sei o porquê está dizendo isso. —interrompo sua fala recebendo um olhar ameaçador.

—Sua mãe não lhe ensinou a não interromper os mais velhos? —ela finge se lembrar se algo erguendo um sorriso maldoso. —Ah é, me desculpe, esqueci que ela te abandonou.

—Ela morreu. —deixo meu rosto sem expressão encarando-a.

—Claro, dois anos depois de te deixar. Câncer né?

—Não sei que joguinho doentio é esse. Mas pela sua cara acredito que já deve saber. Já temos tudo necessário para te incriminar e deixá-la reclusa por anos! —respondo deixando o copo na mesa e me erguendo.

—Não antes da história. —aponta para que eu sente, mas me mantenho intacta. —Já que vou ser presa, não quer saber sobre a história toda?

—Eu quero é que você se foda e pague por tudo que me fez! —acuso exasperada.

—Não me culpe por tudo, lhe dei o que há de melhor em você. O que você seria se não fosse por seus dons que eu lhe dei? Eu ampliei sua força e tudo que lhe faz humana. E também seu cognitivo. Se você é inteligente, é graças a mim, se você é imponente, é graças a mim. —enumera caminhando até mim. —Agora me deixe terminar minha história, não me importo se vai sentar ou não.

Caminho até a parede e solto um longo suspiro. Encosto meu corpo no material gélido pelo ar condicionado e fecho os olhos para me controlar.

—Era uma vez uma jovem mulher que queria tornar o mundo um lugar melhor, então ela se esforçou e entrou para uma universidade de medicina. E lá ela encontrou pessoas que também queriam fazer o bem. Há, isso foi maravilhoso, decidimos nos unir e dar prosseguimento. —diz gesticulando enquanto caminha de um lado para o outro. —No ano seguinte dois novatos entraram, eles eram melhores amigos. Acredito que se conheceram durante a infância, ou foi adolescência? —leva a mão para o queixo fingindo pensar. —Isso não importa. —abana as mãos. —Continuando. Rodolfo se aproximou de William, segundo ele o jovem rapaz poderia contribuir para a organização com a astucia dele. Eu achei tolice, pois ele era só um jovenzinho presunçoso! Mas resolvi aceitar, ademais, o que poderia trazer de ruim?

Mrs. VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora