Capítulo 33: Ceccini Company;

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Em plena oito da manhã e temos uma reunião para a apresentação da volta da CEO. Dominique foi enviada para uma sede em São Paulo da empresa. Mas a verdadeira pergunta é. Por que agora? Que eu saiba ela sempre teve direito de assumir e ela fez isso até Melina completar a maioridade e vir para a empresa. Contrariando a mãe ela não foi para o escritório com a melhor vista de todo estado, escolheu ir para o laboratório. O laboratório privado.

Todos estão na sala de reunião, apenas aguardando a chegada da CEO. Tento focar em meus pensamentos, mas dois senhores começam a falar sobre.

"Ouvi dizer que a antiga CEO surtou, por isso ela saiu"

"Dominique não era mesmo boa para o cargo, que bom que foi substituída"

"Concordo. Ela nem era mulher de verdade"

Me levanto e ajeito meu blazer sob minha camisa. Com passos firmes e o som do salto chocando com o chão faço todos se calarem. Me direciono para entre os dois homens, coloco uma mão no ombro de cada um, pressionando o suficiente para deixar marcado. Abaixo o meu rosto para próximo de suas orelhas.

—Se algum de vocês dois proferir mais uma única sequer palavra para ofender a senhora Sayer. —pressiono ainda mais meus dedos, os ouvindo grunhir de dor, enquanto esboço um sorriso em meus lábios. —Garantir seus empregos serão suas últimas preocupações. Pois irão estar vendo as próprias vidas esvaírem por seus olhos. —me aproximo mais do senhor com cabelo grisalho deixando que o ar quente choque em sua orelha. —Você entendeu? —ele gagueja um "Sim" fraco, repito o mesmo com o outro. —Você entendeu? — ele resiste mais, mas apenas um pouco mais de pressão o faz implorar para que eu pare.

—Sim. —diz em alto e bom som. Ouço o soar de passos se aproximando.

—Então estamos entendidos. —finalizo me levantando indo até a porta receber as mulheres.

Vejo a figura de Chloe adentrar com um enorme sorriso vitorioso. Antes eu poderia até acreditar que é uma gentileza, ou ela simplesmente querendo transparecer ser uma pessoa adorável. Mas sei quem ela é de verdade. O que ela é capaz de fazer.

Sempre acreditei que não existia mais nada a cerca daquele laboratório, acreditava que os Zurberg eram os cientistas chefes do projeto, aparentemente me enganei, eles eram apenas peões em um jogo bem maior. E agora estão mortos, como todos naquele quarteirão em que os experimentos eram feitos.

A silhueta da mulher menor acompanha Chloe.

Melina, usando um vestido longo verde justo, com detalhes no tomara que caia nos ombros e com diversas pérolas espalhadas aumentando o ar de delicadeza. Ele molda bem sua cintura e quadril, e principalmente os seios— sendo bem respeitosa— então muito bem desenhados. Seu olhar perdido passa pelos olhares ansiosos de todos nessa sala. Ela com toda certeza não queria vir, apostaria todas as minhas fichas nisso. Reuniões para ela são como a condenar a morte e chatice. Dominique tinha um salário bem farto para ocupar esse cargo e agir com muita destreza e sabedoria.

—Alessa, é um prazer revê-la. —a mais velha estende a mão analisando meu rosto.

Ergo um leve sorriso e aperto sua mão, usando todo meu equilíbrio para não arrasta-la até a janela de vidro e jogá-la desde do vigésimo sexto andar.

—É bom vê-la também. —respondo simples.

A mulher segue o caminho até a cadeira central seguida por Melina que apenas acena com a cabeça para mim.

Volto para o meu lugar, me sentando ao lado de Chloe, e em frente de Melina.

—Como todos já devem estar sabendo, resolvi voltar a assumir o cargo de presidência da Ceccini Company. Dominique realizou um trabalho formidável, mas achei mais adequado que o cargo volte para alguém da família, já que quem deveria estar aqui, não quer... —os batimentos de Melina acelera coma fala da cascavel, aparentemente ela não aceitou tão bem o fato da filha preferir a ciência que a administração. —E para reinaugurar, quero voltar com alguns projetos e cessar outros. Iniciando com a volta dos laboratórios do décimo quinto andar. —o silêncio paira o ambiente, era o local em que eram feitas as armas e foi fechado a pedido da polícia. —Não será para a fabricação de armas como muitos devem estar pensando. Será outro projeto que falarei em específico com quem precisar saber. E além disso quero anunciar a Melina como a nova CFO.

—O quê?! —a voz da loira ecoa sobre o ambiente.

Aparentemente não sou a única surpresa com isso.

Eu poderia gritar, espernear, arrancar a cabeça dela, ou qualquer coisa. Mas me mantenho quieta e intacta apenas a ouvindo.

—Você não me disse isso. —diz entre dentes inclinada sob a mãe.

—O que querida? Não irei demitir a atual. Mas terá duas, pois você precisa aprender a lidar com o serviço administrativo para em seguida ser a CEO. Acredito que isso ajudará ambas. —explica pausadamente.

Duas CFO. Normalmente eu me incomodaria, mas ver Melina todos os dias e ter jornadas de trabalho com ela não é um pesadelo. Está mais para um sonho.

A mais nova vira o olhar com medo para mim. Provavelmente temendo que eu a culpasse por isso, mas a conheço perfeitamente bem para saber que se ela soubesse me contaria. E como dito, não me incomoda.

"Desculpe" diz movendo os lábios com medo. Abro um sorriso discreto para acalmá-la. Não tem há motivos para eu ficar mal com isso.

—Estamos bem com isso né Alessa? — questiona me fitando. Migro meu olhar para ela e respondo "É claro". —Tenho mais algumas mudanças, mas eventualmente discutiremos sobre. E agora...— ela interrompe a fala com a imagem de um homem entrando na sala.

—Olá querida— cumprimenta após fechar a porta.

Eu nunca o vi, mas sei quem é ele.

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Mrs. VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora