Capítulo 22: Calígrafo.

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—Alessa, preciso que chame a Mrs. Vênus e a Melina. Descobrimos uma coisa importante sobre o caso do Calígrafo. E quero vocês três.

Merda.

Começando o dia bem com uma chamada do detetive. Minha irmã tinha mesmo que ter ido embora ontem? Sei que ela passou quase uma semana aqui, mas mesmo assim.

—A Mrs. Vênus não irá, mas eu e Melina iremos.

—Por que? É importante.

Porque somos a mesma pessoa.

—Nós passamos para ela. Ela está ocupada e não irá.

—Ok então...— ouço um suspiro do outro lado da linha— Venham o quanto antes.

O que será que pode ter de novo no caso? O assassino está morto, só se...

Não. E se ele não for realmente o...

Não, não, não posso pensar nisso. Não depois do que eu fiz.

Eu o matei. Os outros eu descobri que ficaram bem, e era drama do detetive. Mas ele... não, não, não...

Pego minhas chaves e vou dirigindo pelas ruas movimentadas da cidade. Ligo para Melina na estrada e a peço para me aguardar na porta da empresa.

Ao chegarmos no departamento de polícia, somos recebidas com olhares alheios de surpresa, medo e até mesmo reprovação.

Sou capaz de ouvir os batimentos acelerados de cada um nesse local. Mas apenas um me interessa.

—Por aqui... —Scott nos direciona ao interrogatório.

—O que está acontecendo? —questiono ao me sentar na frente do detetive e ao lado da loira.

—Vou interrogar vocês.

—Espera, o quê?!— Melina questiona levando as mãos para encima da mesa gelada de metal.

—Temos uma suspeita. Na verdade, os médicos legistas já confirmaram...— será que me descobriram? Não, não é possível— Acreditamos que não exista um Calígrafo.

—O que você quer dizer com isso?

O vejo mexer na pasta de documentos ao lado pegando três pastas amareladas diferentes, abrindo-as uma atrás da outra.

—Essa é Sara Hildorf, a primeira vítima.— vejo a imagem da ruiva sorridente com uma criança preta no colo, provavelmente meses de vida— Ela tinha 28 anos, morreu com cortes na perna profundos que quase chegava ao outro lado. Ela trabalhava na Ceccini Company no ano em que foi criada. 2015.

—Foi quando viemos da Itália e meu pai abriu a empresa. —Melina comenta.

—Exatamente. —ele pega a outra pasta a colocando por cima.

Sinto um frio percorer meu corpo ao ver a morena.

—Maya Almeida-Amaral, a quinta vítima. Ela tinha 24 anos e trabalha como repórter. Morreu em 2019 com cortes nas pernas, não tão profundos quanto a outra vítima— sinto algo embrulhar no meu estômago só de lembrar como a vi depois do ataque— O corte dela foi feito numa precisão menor. Como se o assassino desaprendesse a matar e estivesse sendo iniciante.

—Não sei a onde você quer chegar com isso. —sinto meus olhos marejarem.

Ele pega a terceira pasta.

—Fernanda Culler, a sexta vítima, no entanto essa conseguiu sobreviver. Mas os cortes dela eram bem mais superficiais, e como ouvi pela escuta de Mrs. Vênus. O assassino queria matá-la com um tiro. E não cortes como as outras.

—Talvez quisesse que fosse mais rápido. —Melina dá de ombros.

—Não, não há motivo para mudar, ele numa teve nem precisou de pressa para matar. —ele responde me fitando.

—São três assassinos diferentes...— digo quase num sussurro.

—Exatamente.

—Está dizendo que...— o tom doce da loira questiona cheio de medo e dúvida.

—Ainda estão a solta. —respondo tentando assimilar as informações— O assassino da minha esposa ainda está a solta.

—E nós temos uma suspeita— o detetive migra o olhar para Melina. E assim como ele repito o gesto por reflexo.

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