Capítulo 39: Noite de Natal.

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Os dias seguintes da reclusão de Chloe foram corridos comigo e Melina tendo que responder milhões de perguntas dos repórteres sobre o sumiço repentino da CEO. Os policiais pagos tentaram abafar o caso, mas é difícil quando uma pessoa do círculo da elite está desaparecida, principalmente quando os amigos dela estão todos mortos.

Helena e Elise estão felizes. Hoje é dia 24 de dezembro e elas já receberam a resposta da universidade. Elas optaram por estudarem e morarem juntas pelo Rian e além disso são muito amigas para se afastar. Aparentemente apesar do medo de Helena ela se saiu muito bem no vestibular, o ENEM é outro caso que não vem a caso no momento. E pelo visto elas não vão precisar da nota desse exame. Vão juntas para a Unicamp aqui de São Paulo.

Dayane voltou para a cidade pequena e é a delegada de lá, a descoberta da maior mente do crime lhe rendeu alguns pontos.

Antes de decidirmos como faríamos tudo a coloquei contra a parede para confessar cada detalhe do crime que ela cometeu. Descobri que ela apenas foi uma mulher ingênua e facilmente manipulável. Não estamos ainda com a melhor relação mãe e filha, mas saber que ela apenas foi tola ao invés de uma gênia criminosa, é reconfortante.

Papai está feliz que tudo está dando certo depois de tudo que aconteceu. E como pedido, tento visitá-lo mais.

—Temos hoje o natal na casa dos meus pais, você vai né? —questiono Melina que está toda afobada com a recém promoção.

Ela teve que assumir o posto de CEO temporária, uma vez que Dominique disse que ela realmente gostando de São Paulo, e não quer voltar pelo momento. Então até que outra pessoa seja promovida a CEO, Melina terá que lidar com tudo.

—Você viu meus sapatos? Nunca estive no meio de tanta baderna, nem na minha época universitária! —reclama tirando alguns papéis do chão. E dessa vez nem foi eu quem espalhei, ela descobriu que a forma que ela prefere para trabalhar é espalhando tudo para que ela tenha uma visão mais abrangente de tudo. Tipo o que ela fez com o caso do pai dela.

—Acho que você deixou na varanda. —respondo caminhando com cuidado para não pisar em nada.

A vejo dar leves pulinhos entre os papéis indo até a varanda. Ela esboça um enorme sorriso ao pegá-lo e encaixar nos pés.

—Como ele foi parar lá? —questiona terminando de recolher.

—Deve ter sido quando você se irritou que ele estava ocupando o "coração" das finanças.

Ele estava no chão, no centro cercado de papéis.

—Pode ser. —ela responde dando de ombros.

Vou até ela para ajudá-la a pegar os últimos papéis e colocar alinhados na mesa.

—Você não me respondeu. —digo cruzando os braços e me encostando na mesa.

—Não sei. —responde passando a mão sob os fios presos num rabo de cavalo. —A mídia está me comendo viva, estão me encontrando até na casa que está sendo construída. Dá para acreditar?

—Dá sim. —respondo suave vendo sua face avermelhada pelo calor e estresse. —Mas tanto a minha mãe, quanto minha irmã, quanto meu pai, quanto sua irmã, quanto nosso sobrinho iriam me matar caso você não vá.

—Acho que um bebê de quatro meses não faria isso— respondo sorrindo. Caminho até ela e levo uma pequena madeixa que caiu em seu rosto para atrás da orelha. Ela leva o olhar até o meu e a vejo alternar pausadamente entre meus olhos e meus lábios me fazendo engolir em seco.

O que eu estou fazendo!?

—E então, você vai? —pergunto dando um passo par trás.

—Só se tiver sobremesa. —responde me fitando com um sorriso de soslaio.

Mrs. VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora